Quem consegue entender os meandros da Justiça?

O Superior Tribunal de Justiça mandou soltar Fábio Dias dos Santos, conhecido como Gordão, um dos principais chefes do PCC e do tráfico de drogas da Baixada Santista.

O argumento utilizado pelos ministros que compõem a sexta turma do STJ para justificar a soltura do perigoso traficante  foi a de que ele estava preso há muito tempo sem uma sentença condenatória definitiva e, por esse motivo, teria o direito de aguardar o julgamento de seu recurso em liberdade.

Gordão foi preso em 2017, em Peruíbe, litoral paulista. Na época ele estava há três anos foragido e tinha sido incluído na lista da Interpol, sendo procurado pela polícia de 52 países sob a acusação de participar de um esquema de tráfico de cocaína para a Europa e África pelo porto de Santos. Ele foi condenado a 15 anos e seis meses de prisão.

Essa condenação em primeira instância foi de 12 anos e  foi confirmada em 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que  aumentou a pena de 12 para 15 anos, sendo que desde aquele ano os advogados do traficante recorrem da decisão.

Pois muito bem, essa mesma sexta turma do STJ que se apiedou da situação do traficante e mandou soltá-lo porque o coitadinho está há muito tempo preso sem uma sentença condenatória definitiva, mantém  sob restrições de liberdade pessoas acusadas por envolvimento na Operação Calvário, sendo que em alguns casos os processos ainda se encontram, decorridos três anos do início da operação, na fase embrionária, sem sentença e mesmo assim tem gente presa, sem perspectiva de soltura.

E o homem leigo, sem estudo jurídico e sem entender os meandros dos tribunais, tem que perguntar:

É mais fácil viver em paz e solto um assassino violento e traficante internacional de drogas, procurado em 52 países, do que um suposto “colarinho branco”, investigado por crime contra o erário público?