Quando se diz que o senador Cássio Cunha Lima é indiciado num inquérito que apura o caso do dinheiro voador, é porque ele está indiciado mesmo. Trata-se do inquérito 3404, em poder da ministra Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal.
Corre também naquele Supremo uma outra investigação para apurar denúncia de executivo da Odebrecht, que jura ter dado ao senador a quantia de 800 mil reais em caixa dois, para, em troca, segundo ele, o senador privatizar a Cagepa se fosse eleito governador no pleito de 2014.
Mas o senador prefere responder atacando, como é do seu feitio.
Segundo ele, essas denúncias são difamações patrocinadas pelo governo para denegrir a ele e aos seus companheiros de jornada política.
E chama aos que divulgam essas verdades de moleques . “O povo prefere ouvir propostas e não bate-boca de moleques”, disse ele a um blog tucano.
Mas convém esclarecer o seguinte:
Não foram os “moleques” que o cassaram.
Os “moleques” não inventaram esse caso dos 800 mil. Saiu da boca do “moleque” da Odebrecht na delação premiada ao Ministério Público Federal.
No caso do dinheiro voador, não foi um “moleque”, perseguido pela polícia, que tentou se livrar jogando uma fortuna pela janela do Edifício Concorde.
E pode até ter sido, mas não seria um moleque entre aspas como são aqueles referidos pelo senador.
E tem mais:
Quais as molecagens ou baixarias as quais ele se refere?
Quando Padre Couto e Vené afirmam que ele votou pela isenção de 1 trilhão de impostos para as multinacionais petrolíferas ou pelo voto favorável dele a Reforma Trabalhista?
Ou será pelo voto à Emenda Constitucional 95, que congelou os gastos públicos essenciais por 20 anos num país tão desigual como o Brasil?
Ou da vergonha que ele causou ao Brasil pela conspiração diuturna para derrubar um Governo eleito e sem crime de responsabilidade?
Se isso são ofensas, não sabemos o que é “verdade” para o senador.
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