1BERTO DE ALMEIDA
EM Salvador. Finalmente! Chuva por aqui? Nenhuma. Sol de praia. Todos somente sorrisos. Chamo um uber. O motorista é conversador como o barbeiro dos meus tempos de menino-Jaguaribe. Tem 60 anos. Ele me diz que ainda é eskatetista.
Agora, porém, fora dessa praia , o seu negócio é outro. Nadar. Fez uma promessa para nadar 14km. O incentivo dizendo que se esse é um sonho que pensa em tornar realidade que alimente esse sonho. Está morto quem não sonha.
Ele sorri.
Foi um dos primeiros a praticar esse agora esporte olímpico na Bahia. Skate. Não desacredito. Sinto estar sendo verdadeiro. Aos sessenta anos, fazendo bico na uber, diz sentir-se “entrevado ” quando chega em casa. Precisa exercitar_se.
Vou ao Pelourinho. Essa é a quarta vez que a esse “ponto turístico ” eu vou. A mesma sensação de que estou perdendo tempo. O meu. Negros jogam capoeira e baianas fantasiadas de baiana vendem-se em fotografias aos turistas que chegam. As fitinhas do Senhor do Bonfim? Quase não vi. Não estou a fim.
Pausa. Sim, existe algo diferente. Se não vi, ouvi. Um som em alto volume tocando João Gilberto. Nada de folia. Um “Chega de saudade” cantado como somente ele canta invade as ladeiras do Pelourinho.
Chovendo em Salvador? Olho para um céu limpinho como o quintal que a minha mãe varria com a sua vassoura de sonhos. Enquanto isso, a televisão insiste em noticiar que a Bahia está se “afogando” em água. Mentira! A chuva manda bilhete à capital baiana. Apenas.
O Elevador Lacerda que carrega gente de todos os cantos pra cima e pra baixo tem uma fila maior que essa dos “cadê os meus 400 reais que vocês nos roubaram e roubando continuam aos milhões “. Eleva a dor dos baianos. Triste. Pior: o espaço no elevador fica mais apertado que bomba de sete tiros. A covid e o novo ômicron se refestelam. Mas nenhuma reclamação.
Escuto línguas outras. Nada porém de língua de porco ou de vaca. Nem de sogra. Idiomas. Nenhuma porém reclamando ou filosofando em alemão. Muitos argentinos. Os bolivianos a gente vê cara. Ah, e nas roupas.
Há prévia carnavalesca no Mercado Modelo de um Carnaval que nenhuma autoridade será capaz de evitar. “E quando o vento sacode cabeleira/a trança toda vermelha/um olho cego vagueia procurando por um…”.
Os baianos dançam ao som do nosso Zé Ramalho. É contagiante! Turistas dançam como patos fora do Fique de Tororó onde nadam os orixás de Tatti Moreno. Tá bom. Depois conto mais. O ano que anunciam por aí como novo chega com a cara de “,dejavi”. Putabraço de ANO NOVO pra vocês.
Em tempo: tudo Bahia. escolha de acordo com o seu gosto.
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