Carlos Aranha passou anos jogado num asilo de velhos, esquecido, doente e anônimo, poucos foram vê-lo, quase ninguém dele falou.
Agora que morreu voltou a ser ícone da imprensa, poeta puto da música de protesto, um gênio.
Quer ficar famoso? Morra!
Vi fotos dele cantando, ou resmungando uma música, incentivado por Clilson Júnior.
Outra foto chegou aos meus olhos mostrando uma visita de acadêmicos ao asilo onde passou a morar.
Um vídeo circulou nas redes sociais de uma festa junina onde Aranha dança sozinho, enquanto Jackson Bandeira, seu companheiro de asilo, ensaia um forró abraçado a uma enfermeira.
Giovanni Meireles repassou-me um texto onde se diz que foi feita uma vaquinha entre as pessoas que se diziam amigas de Aranha para custear as despesas com velório e enterro.
A nota diz ainda que o enterro será no jazigo, na Academia Paraibana de Letras, “porque não tem outro lugar para sepultar”.
Triste, muito triste.
2 Comentários
O jazigo pertence a Associação Paraibana de Imprensa.
Pois é Tião, o cara foi grande, me lembro da coluna dele no Jornal o Norte, onde escrevia sobre cultura e arte. Infelizmente quando não se forma patrimonio material sempre morre esquecido, provando que as pessoas não buscam a riqueza cultural de ninguém. A ultima vez que o ví, foi no ultimo Show de Moacy Franco la no Teatro Paulo Pontes.