Por: Aldo Ribeiro – economista e progressista
“Não adianta ir à igreja rezar e fazer tudo errado.” A frase atemporal do grande Fernando Mendes ecoa mais do que nunca décadas depois de sua gravação. Numa eleição decisiva para nossa democracia, para nossa identidade como povo, para nossa libertação ainda que seja apenas parte de um processo duro do livramento do neofascismo escroto e odiento. Por isso, vai na urna e faz tudo certinho. Deputados, senador, governador e presidente alinhados de verdade com dias melhores pra quem mais precisa.
No próximo domingo iremos decidir que tipo de nação queremos daqui pra frente. Depositaremos na urna esperança de dias melhores. Mas antes de confirmar o voto, existe aqueles 20 segundos entre sair do mesário e apertar o confirma. E esse momento talvez seja tão importante quanto o voto em si.
Está claro até pra quem não acompanha com tanta frequência, que existe um forte movimento pela inviabilidade e enfraquecimento da candidatura do ex-governador Ricardo Coutinho. Uma parte da mídia ajoelhada as benesses do governo, WSCOM seja talvez o exemplo mais escancarado, caminha numa cruzada insaciável para que o ex-governador não saia vencedor do pleito. E a estratégia é bem clara. Retirar votos de Ricardo via Pollyanna Dutra pra eleger o bolsonarista convicto Efraim Filho.
Percebam, não existe outra opção dentro do campo progressista da PB, que não seja Ricardo Coutinho. O fisiologismo, a incoerência e a contradição da história política de Pollyanna responde por si só. Em 2018, na eleição mais importante da história do país até aquele momento, apoiou Wellington Roberto e Daniela Ribeiro. Tem esposo e irmã filiados ao PL. É da cozinha dos Ribeiro. Faz o papel da conveniência do elo de ligação entre o centrão fisiologista da PB com uma pálida chapa dita de esquerda.
E cumprindo seu papel de dividir o campo progressista, sim, pode favorecer Efraim Moraes. Bolsonarista, anti-pobre e orçamentista secreto.
No próximo domingo, quando formos votar para senador, constará a foto do ex-governador na urna eletrônica. Fato. Seus votos serão computados pelo TRE-PB. Assim como em 2010 foram computados os votos do ex-governador Cássio Cunha Lima. Lá na frente, caberá ao STF a decisão. E acreditem, há fatores tanto jurídicos quanto políticos, que intercedem numa decisão dessa natureza.
Em tempo, vale sempre a reflexão: porque tanto empenho na inviabilidade política de Ricardo Coutinho? Porque a mão pesada de setores da imprensa bate mais forte no ex-governador do que em outros homens públicos do estado? Em 2020 já houve essa mesma mobilização organizada e articulada uniformemente com o objetivo único de impedir que o mesmo voltasse a exercer um cargo eletivo na PB. Isso continua em 2022. Percebam como tudo em volta dele é superdimensionado.
No próximo dia 02, votar no ex-governador será mais do que um ato de espírito de cidadania. Será um voto de resistência. De coragem e luta. Não se enganem, querem calar quem nos deu voz.
Não nos calarão.
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