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R$ 4 milhões arrecadados por Pablo Marçal para construção de casas em Angola vão parar nas mãos de bicheiro residente em Prata, no cariri paraibano

20 de setembro de 2024

Uma apuração do site The Intercept Brasil revelou que mais de R$ 4 milhões arrecadados pelo empresário e ex-coach Pablo Marçal, agora candidato a prefeito de São Paulo, destinados à construção de casas em Camizungo, Angola, foram desviados para duas ONGs sediadas em Prata, um pequeno município de 4 mil habitantes no sertão da Paraíba. As ONGs beneficiadas, Atos e Centro Vida Nordeste, possuem uma ligação controversa com Zé da Banca, um conhecido bicheiro local.

Zé da Banca, que é dono de uma casa de apostas, afirmou ao site que sua atuação na ONG é voluntária. “Nossa vida virou um pesadelo”, desabafou ele, referindo-se ao impacto das revelações na pequena cidade paraibana, onde mais de 50% da população depende do Bolsa Família.

A relação entre Prata e a trama angolana surgiu através de Itamar Vieira, pastor da Igreja Diante do Trono em Angola e amigo de Marçal. Vieira teria convidado o ex-coach para apoiar o projeto em Angola em 2019. A partir desse momento, Pablo Marçal promoveu diversas campanhas de doação, cujo destino final foi parar nas contas das ONGs paraibanas.

A sede da Atos foi descrita como um cenário montado às pressas, com materiais de construção espalhados e banners recém-impressos. Já o Centro Vida Nordeste funciona em uma fazenda de propriedade do ex-prefeito de Prata, João Pedro Salvador de Lima, condenado por improbidade administrativa e envolvido em esquemas de desvio de verbas públicas.

Essas revelações geraram revolta entre os moradores de Prata, que questionam o destino dos milhões arrecadados. “Ninguém consegue acreditar que tem tanto dinheiro passando por aqui, enquanto a cidade continua enfrentando dificuldades”, declarou uma moradora local ao The Intercept Brasil.

ONG SE DEFENDE

O Centro Vida Nordeste e o Instituto Atos Brasil enviaram um pedido de direito de resposta ao The Intercept Brasil após a publicação de duas reportagens, veiculadas nos dias 5 e 19 de setembro de 2024, que trazem informações sobre a atuação das organizações em Angola e a relação com o candidato à prefeitura de São Paulo, Pablo Marçal. A propósito, segundo os representantes das ONGs, contêm informações falsas e sem o devido contexto, prejudicando a imagem das instituições e o trabalho desenvolvido junto às comunidades carentes.

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Os pais de alunos e membros das comunidades atendidas pelas ONGs manifestaram grande preocupação após a publicação das reportagens, que apontam supostas irregularidades nas atividades das instituições. Embora as reportagens questionem a transparência da gestão dos recursos e a veracidade dos projetos anunciados, os representantes das ONGs afirmam que todos os recursos foram aplicados de acordo com a legislação brasileira e angolana, e que o trabalho filantrópico realizado em Angola continua beneficiando centenas de famílias.

Em nota, as ONGs enfatizaram que as matérias apresentam uma narrativa difamatória e não se baseiam em provas concretas. Segundo o documento, as reportagens tentam associar às ONGs a práticas ilegais e à promoção de interesses políticos ligados à extrema direita, o que, segundo os representantes, é uma acusação leviana e sem fundamento.

Veja a nota clicando aqui.

Com o PB Agora e o Cariri Ligado

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