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Respeitem Geraldo Beltrão!

18 de agosto de 2021

Li o artigo de Geovaldo  Carvalho sobre o livro de Leandro dos Santos, publicado em A União e republicado na A Palavra de Marcos Maivado Marinho.

Um belo artigo, como belas são as coisas escritas por Geovaldo.

Mas ele, no afã de fazer valer a tese do suicídio de Raymundo Asfora, comete uma injustiça.

“E insistiram na tese de homicídio porque muita gente queria tirar proveito do acontecido, inclusive um famoso advogado muito citado no livro.”

O advogado em questão seria Geraldo Beltrão, já falecido.

E é aí onde meto a colher, pois, enquanto pouco privei da convivência de Raymundo Asfora, fui amigo pessoal de Geraldo Beltrão, um dos maiores criminalistas que  conheci.

Na época da morte de Asfora, Geraldo entrou no processo como advogado contratado pelas duas irmãs do tribuno.

Elas não engoliam a tese do suicídio e Doutor Geraldo, como o chamava, também não acreditava nela.

E na condição de advogado da causa, defendia seu ponto de vista com o ardor de quem sabia onde pisava.

Ele achava difícil uma pessoa sentar diante de um litro de uísque e de um copo, dar um tiro de revólver calibre 357 na cabeça e depois, tranquilamente, depositar o revólver sobre a mesa, reclinar a cabeça, dobrar os braços e morrer.

Geraldo Gomes lembrava que o coice de um 357 seria semelhante ao de um cavalo. Dos grandes. E que, por isso, quem disparasse na cabeça com uma arma dessas sofreria um sopapo tão violento que seria jogado ao chão, com garrafa, copo e revólver.

Geraldo Beltrão não precisaria tirar proveito da morte de ninguém para se fazer conhecido.

Era um advogado disputadíssimo, um brilhante tribuno, um mestre do Direito, principalmente do Direito Penal, respeitado por colegas de profissão e magistrados.

Acho que Geovaldo, sem querer, ofendeu a uma pessoa que, em vida, fez da dignidade seu norte e seu rumo.

E que, infelizmente, não está aqui para se defender.

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8 Comentários

  • Reply Abraão Beltrão 18 de agosto de 2021 at 14:13

    Caro Tião, não conheço Geovaldo Carvalho, e certamente ele não conheceu o meu pai, Geraldo Beltrão, para ter feito a avaliação a que vc se contrapôs, o q faço agora.
    O meu pai era amigo/irmão de Asfora, e de toda a sua família, e quando surgiu a notícia da morte deste logo foi constituído para acompanhar as investigações, vez que o quadro demonstrado pelas fotografias de Asfora morto eram incompatíveis com um suicídio, e esse era o pensamento de Mirian Asfora e dos filhos adultos do morto.
    Como advogado brilhante que era insistiu veementemente que Asfora fora morto e, depois de muitos embates, PROVOU que houvera um homicídio, razão pela qual o MP ofereceu DENÚNCIA, que foi recebida pelo juiz; encerrada a instrução criminal o JUIZ PRONUNCIOU TRÊS PESSOAS; o TJPB MANTEVE A PRONÚNCIA; os acusados foram submetidos a JÚRI por DUAS vezes, sendo absolvidos, o que significa, apenas, que ASFORA FOI ASSASSINADO, todavia o júri decidiu que não foram aqueles acusados os responsáveis pelo homicídio.
    Esse é o único raciocínio lógico desse enredo, pois se pensar ao contrário, de que houve suicídio, seria desautorizar o Poder Judiciário da Paraíba, que manteve manteve intacta a pronúncia de 1° grau.
    Realmente esse seu companheiro de letras não tem idéia de quem foi Geraldo Beltrão para dizer uma aleivosa dessa. Forte abraço. Abraão Beltrão.

  • Reply MAURILIO BATISTA DIAS 18 de agosto de 2021 at 14:41

    Tião, Dr.Geraldo era muito amigo do meu pai que foi seu eleitor em Alagoinha. frequentei muitas vezes acompanhado do meu pai o seu escritório era em um prédio próximo dos correios centro da cidade. Geraldo Beltrão era um homem sério e corajoso votei com ele para deputado federal, parte da minha coragem aprendi com ele. Só fala mal de Dr.Geraldo quem não teve o prazer de conhecê-lo.

  • Reply Nadir Valengo 18 de agosto de 2021 at 14:56

    Minhas saudações para Tião Lucena e demais leitores.
    Como antedito, pelo colega e amigo, Abraão Beltrão, nosso estimado Geraldo Beltrão, ao tempo que atuou no referido processo de homicídio, de Raimundo Asfora, por diversas vezes mencionou o fato em seu escritório, de advocacia, no qual tive o prazer dele desfrutar.
    De forma que pelos registros processuais, os quais tramitaram pelos juiz do júri popular, como crime de homicídio, não se adequam para qualquer escrita diferente do que ali assentado. A cena do crime não deixou e nem deixa nenhuma dúvida.
    Foi crime de homicídio, puramente tido como fenômeno natural, praticado por alguém, como dizia o estimado Doutor Geraldo.
    Saudações

  • Reply GEOVALDO CARVLHO 18 de agosto de 2021 at 19:01

    Conheci Geraldo Beltrão. admirava-o como advogado. Não o citei e no retiro virgula do artigo.

  • Reply José Tarcízio Fernandes 18 de agosto de 2021 at 22:38

    Tiao Lucena, em mim, nenhuma dúvida. A cena da imagem que mostra o corpo de Asfora debruçado sobre a mesa, como se apanhado por sono profundo, não induz à conclusão de suicídio praticado com a potência do tiro da arma 357, desferido na direção do ouvido. Ideia da imagem da cena mal concebida e mais mal ainda realizada se conflita frontalmente com a tese do suicídio, em nada crível. Não li a obra do desembargador Leandro. Não sei se nela encontrarei outros elementos de prova que demovam desse entendimento quem quase leigo em matéria de processo criminal, com ela trabalhando – imagine! – há mais de 50 anos, quando iniciava a profissão em Catolé do Rocha, tempo em que a comarca teve o raro privilégio de contar com o comando do juiz Antônio Elias de Queiroga e o Ministério Público conduzido pelo promotor Manoel Gomes da Silva.

  • Reply cicero de lima e souza 19 de agosto de 2021 at 07:17

    A trajetória do mestre GERALDO BELTRÃO é intocável.
    A Paraíba sabe e guarda à sete chaves, e falar sobre ele é preciso conhecer a Paraíba.
    O resto é querer aparecer.

  • Reply Marcos Marinho 19 de agosto de 2021 at 10:59

    Com todo o legal respeito póstumo que merece o Dr. Beltrão, não posso deixar de consentir com Geovaldo na sua análise, embora sem ele ter citado nominalmente o saudoso ilustre criminalista. De minha parte, tenho a dizer que o Dr. Beltrão, incendiado pelas sedentas aleivosias de duas irmãs de Asfóra, avançou demais ao pote, porque para elas incriminar Gilvanete e Marcelo Marcos era ponto de honra. E Beltrão, descontado o respeito que ainda hoje tenho pelo seu talento laboral, embarcou na canoa…

  • Reply Aglaildes Nunes Pereira Fernandes 8 de agosto de 2022 at 16:02

    Geraldo beltrao um advogado brilhante, em que meu avô sempre citava como uma das melhores pessoas que conheceu, mas sou Aglaildes Pereira e o defendo como excelente advogado e seu legado e admirável e lembrado não sou na Paraíba, Brasil e tb. No exterior.

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