A Polícia Militar compareceu hoje à Assembléia Legislativa com a missão de inibir manifestações contra a reforma da previdência estadual.
As pessoas que se dirigiram à Casa de Epitácio Pessoa somente entraram depois de revistadas pelos policiais. Até detectores de metais foram empregados.
Isso me fez lembrar um episódio parecido.
Em abril de 2015 discutia-se na mesma Assembléia a reforma política.
O palestrante era Eduardo Cunha, então presidente da Câmara e futuro presidiário.
Pediram a presença da polícia. O governador Ricardo Coutinho disse não. A Polícia poderia comparecer, mas se limitaria a ficar na Praça em frente. No interior da Assembléia, a segurança particular do Poder que cuidasse da organização do evento.
Houve vaia, houve manifestações hostis ao visitante, que, arrogante, quis cantar de galo no terreiro alheio.
Chegou a emprenhar pelos ouvidos e a dizer, publicamente, que fora hostilizado porque Anisio Maia e Estela Bezerra haviam introduzido gente da CUT e do movimento LGBT nas galerias. Também dirigiu críticas ao governador de então por não ter mandado a polícia descer o pau nos manifestantes.
Revendo as cenas da época, deparo-me com um Renato Gadelha enraivecido pela falta de reprimenda da PM aos paraibanos que diziam não ao pai da corrupção no país.
E até um Ricardo Barbosa pedindo desculpas a Eduardo Cunha.
Olha o que disse Ricardo Barbosa na ocasião:
“Essa minoria fundamentalista envergonha a Paraíba. O presidente Eduardo Cunha que veio com tanta boa vontade a essa Casa, foi hostilizado por alguns vândalos. Nos perdoe, presidente, não leve para Brasília a imagem dessa minoria que nos envergonha”.
Será que Barbosa repetiria esse discurso hoje?
Em resumo: foi tudo uma questão de estilo.
Ricardo defendia a liberdade de opinião.
Outros defendem o silêncio das massas pela intimidação das fardas e dos coturnos.
1 Comentário
O bom é ver a polícia defender quem vai criar a lei que tira o auxílio periculosidade da classe. Tudo, imposição do governo Bolsonaro. E o Estado há de obedecer querendo ou não, sob a ameaça de reprimenda fiscal. A polícia começou a engolir o sapo por se deixar persuadir pelo arsenal bélico difamatório dos grandes meios de comunicação. Polícia! Torço todos nós, mas lamento a postura suicida que adotaram. Bolsonaro ainda não enterrou a macaxeira toda. Meus colegas também gemerão muito, pois a referida raiz é áspera e grossa.