No dia 31 de dezembro de 1936 um jovem e até então quase desconhecido jornalista chamado Edmar Morel escreveu uma carta ao já poderoso proprietário do jornal O Globo, Roberto Marinho, intermediando a venda de uma fotografia de Lampião segurando um exemplar do jornal.
Informava, na carta, que o proprietário da fotografia era um senhor de nome Adhemar Albuquerque, antigo assinante de O Globo e dono de uma pequena empresa cinematográfica sediada no Ceará, a ABA Filme.
Adhemar Albuquerque propunha a venda de seis fotografias de Lampião, entre elas a do cangaceiro segurando um exemplar de O Globo, pelo preço de 2 contos de réis.
Na carta, Morel informava que o autor das fotografias era um tal “Sr. Abraão”, que seria amigo de Lampião e que fora secretário particular do Padre Cícero (Cícero Romão Batista). Tratava-se de Benjamin Abrahão, comerciante sírio-libanês que, em 1936, havia se embrenhado no sertão nordestino para registrar em fotografias e filmes momentos inéditos dos cangaceiros. O equipamento usado por Abraão pertencia à ABA Film, de Adhemar Albuquerque.
A proposta, porém, não seduziu Roberto Marinho, que sequer respondeu a carta do jornalista Edmar Morel.
Mas se Roberto Marinho não se deixou seduzir pela oferta, o Diário de Pernambuco aproveitou as fotos e as publicou em edições seguidas. A publicação despertou a curiosidade do Diário de Notícias, que passou igualmente a fazer idênticas publicações, culminando com extensa reportagem da revista O Cruzeiro. A reportagem Filmando Lampeão, exibia cinco fotografias do cangaceiro em poses descontraídas ao lado de Maria Bonita e do resto do Grupo.
A foto de Lampião segurando um exemplar do Globo, oferecida por Edmar Morel a Roberto Marinho em 1936, só chegaria às páginas do jornal carioca na edição de 18 de dezembro de 1977. Estampada na capa, a fotografia ilustrava reportagem sobre um comerciante que usava o registro do “rei do cangaço” como espécie de salvo-conduto para transitar pelas áreas dominadas por Lampião. O texto não atribuía a autoria da imagem a Abrahão.
3 Comentários
Por gentileza, coloque as fotos pra gente ver!
Esse teu baú de fotos e fatos é uma preciosidade. Eu acho que valeria até um bom dinheiro em leilões.
Ladrões, que não cangaceiros, entraram no templo da Igreja Universal no centro de Uberaba, MG, e “pediram doações ” dos pastores e fiéis. Total das “doações:
260 mil que estava no cofre, mais celulares e joias dos fiéis, que aguardavam o inicio do culto.
Se a moda pega, a polícia vai ter trabalho dobrado perseguindo além dos assaltantes de banco, os “recebedores de doações “.
E como tem mais templos evangélicos do que agências bancárias ………..