Marcos Maivado Marinho
Mesmo consciente do risco da Prefeitura Municipal de Campina Grande vir a ter de pagar multa milionária à empresa Aliança Comunicação, a quem terceirizou os serviços d’O Maior São João do Mundo, o prefeito Romero Rodrigues anunciou na manhã desta quarta-feira (27) o cancelamento do contrato com a mesma, por conta do envolvimento de seus diretores na Operação Fantoche, da Polícia Federal, e a publicação de edital para licitação de outra empresa.
A chamada parceria público-privada com a Aliança, que já acontecia desde 2017, foi rescindida unilateralmente pela PMCG devido aos últimos acontecimentos envolvendo a empresa e que culminaram em uma operação desencadeada pela Polícia Federal. Sócios da empresa chegaram a ser presos no último dia 19 de fevereiro.
Romero Rodrigues pretende fechar contrato com uma nova empresa para viabilizar a realização dos festejos de São João deste ano, tendo em vista que faltam 100 dias para o período junino. “Vamos buscar uma forma rápida e legal de realizar de forma viável o São João 2019”, afirmou.
Sobre a possibilidade de pagar multa rescisória o prefeito disse que de fato a PMCG “corre esse risco”, mas informou que já esteve ontem no Tribunal de Contas do Estado (TCE) e que se acercou de todas as cautelas possíveis para evitar a cobrança.
OPERAÇÃO FANTOCHE
A Operação Fantoche investiga um esquema de corrupção envolvendo contratos com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema ‘S’. A investigação aponta que um grupo de empresas, sob o controle de uma mesma família, vem executando contratos, desde 2002, por meio de convênios tanto com o ministério, quanto com as entidades. Eles já receberam mais de R$ 400 milhões. Foram emitidos, ao todo, dez mandados de prisão.
Estão sendo investigadas a prática de crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. A Aliança Comunicação, empresa responsável pela organização do São João de Campina Grande, é um dos alvos da investigação.
A investigação, que tem o apoio do Tribunal de Contas da União, aponta que o grupo costumava utilizar entidades de direito privado sem fins lucrativos para justificar os contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema ‘S’.
A maioria dos contratos eram voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados ou que não foram concluídos, com recursos desviados em favor do núcleo empresarial por meio de empresas de fachada.(As matérias assinadas no blog são da inteira responsabilidade dos seus autores)
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