Cícero Lima(jornalista)
Se não tivesse sido uma das dezenas de vítimas dos arbítrios da Ditatura Militar de 64, o pernambucano Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira, um dos destacados símbolos de resistência aos movimentos do golpe militar, não estaria apenas comemorando os seus 72 anos de idade, mas sobretudo a ascensão do seu filho Fernando Santa Cruz Oliveira Scaletsky, ao mais graduado posto representativo da advocacia brasileira, a Ordem dos Advogados do Brasil.
Registros históricos e depoimentos de figuras vivas e ainda atuantes do mundo jurídico brasileiro, a exemplo do consagrado jurista pernambucano Boris Trindade, consagram que Fernando Santa Cruz(pai) antes da Revolução de 64 participou ativamente de intensivos movimentos estudantis, igualmente ao próprio Boris.
“Fernando era um jovem idealista e de boa índole familiar, conheci não só ele mas os seus pais Lincoln e Elzita”, disse Boris, adiantando que com a eclosão da Ditatura de 64, com a edição do AI-5, Fernando e outras lideranças que impunham a bandeira da liberdade e da democracia, foram obrigados procurar destinos diferentes, a exemplo de Fernando que escolheu o Rio de Janeiro para viver com a esposa Ana Lúcia, onde nasceu o seu filho FERNANDO, hoje presidente da Ordem dos Advogados do Brasil.
Lamentavelmente, na atualidade, muitas pessoas incautas e induzidas por falsas performances virtuais, ou melhor, bandeiras do fascismo, vão às ruas pedir o retorno da Ditatura Militar, sabe por que? Porque nunca foram torturadas ou nunca tiveram entes familiares sequestrados, mortos, e “cremados” no forno de uma usina, como aconteceu com o pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz, detido no Carnaval do ano de 1974 por agentes do famigerado DOI-Codi.
Afinal, do outro lado(eterno), não restam dúvidas, que o entusiasta e defensor da democracia e das liberdades individuais, Felipe Santa Cruz, atual presidente da Ordem dos advogados do Brasil, esteja nesse momento de ameaças à democracia, exercendo o desejo não só do seu pai, morto pela ditatura(segundo registros), mas sobretudo em nome de milhões de brasileiros.
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