Não sei se debito na conta da idade, só sei que, para mim, o São João perdeu a graça.
Gostava do São João sem esses atropelos de agora.
São João era baile e quadrilha. O baile primeiro e a quadrilha no meio da festa, quando todo mundo estava animado e esquentado.
São João era o foguetório anunciando o dia que nascia. Eram os balões singrando os céus, perseguidos pelos fogos de lágrimas.
Era a fogueira que matava o frio e assava o milho. E também era palco das juras de fidelidade entre compadres e comadres.
Era o forró tirado da sanfona ou do fole.
São João não era show de duplas sertanejas, tampouco apresentações de artistas para um amontoado de gente a bater palmas sem direito a uma dança com a companheira.
Perdeu a graça.
Elitizou-se.
Virou show.
E fonte de renda para uma meia dúzia de sabidos.
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