Se conselho prestasse…

Vendo na TV Cabo Branco aquela senhora que presta conselhos matrimoniais e sentimentais a casais com problemas de convivência, veio à minha memória as orientações sentimentais dadas por Ayres de Oliveira no programa que apresentava na Rádio Correio.

Na verdade, Ayres, que tinha raízes princesenses e piancoenses, sempre se considerou um grande conselheiro sentimental de mulheres que queriam, a todo custo, segurar seus homens nas barras das suas saias.

Certa vez, ao ser consultado por uma ouvinte, deu o seguinte conselho para ela segurar o consorte:

– Minha filha, nunca relaxe. Jamais passe cinco dias sem trocar a calcinha, nunca fique sem tomar banho e não deixe nascer debaixo dos seus sovacos aquelas montanhas de cabelos parecidas com a cara de Lula.”

Ayres achava que as mulheres eram as principais culpadas pelos desacertos conjugais. Asseverava que elas, quando queriam fisgar os maridos, andavam arrumadinhas, cheirosas, banhadas, com as periquitas soltando essências de flores e os seios apontando para os horizontes distantes.

– Mas depois que casam -, afirmava Oliveira -, as tais relaxam, se descabelam, perdem os encantos, passam dias sem tomar banho, acordam de manhã com os olhos cheios de remelas, as partes cabeludas, um horror. E ainda dizem para os maridos: – Zé, tu vai me usar hoje, porque se num for eu vou lavar só os pés”.

E arrematava:

– Sem contar aquelas que peidam alto na frente dos maridos.