1BERTO DE ALMEIDA
1 – A Deus às armas
# – hoje ou ontem, dia desses, pois ando com a memória cheia de passado, ouvi um deputado meio-louco ou louco e meio, cujo nome não decorei pela sua insignificância, defendendo a posse e o livre trânsito de uma arma na cintura ou fora dela, fundamentado no simples fato de que “não é a arma que mata, mas aquele que conduz a mesma”. Como ?! O cara é meio doido. Ou melhor: doido e meio. A arma não mata ?! Carrego vários mortos comigo que se não fosse esse instrumento que deu entrada no progresso para acabar como a valentia, como cantou um dia o “poeta da vila”, ainda estariam morando por aqui e vestindo esta mesma roupa que agora eu visto. Caba mais doido!
B – Loucos exemplos.
# – entre os exemplos desse doido, para a liberação dos trabucos que cospem fogo, teve um que se não morri de tanto sorrir para acordar gargalhando, foi porque estava ainda anestesiado para a cura dos males do coração, Ele disse que um facão cego ou vendo tudo, mas calado, oferecia mais perigo que um três oitão. O facão, disse o abilolado, mata muito mais gente de uma só vez. Tão vendo ?! O cara é doidão mesmo. Para finalizar, cheio de si e vazio de argumentos, o beligerante deputado disse que assim como muitos não merecem ter uma arma em casa ou na cintura, outros muitos também, por falta de “preparo psicológico”, não merecem – vejam só! – ter uma mulher bonita. Endoidou! O sujeito é meio doido ou doido e meio?
E – Fausto Wolff
# – faz onze anos que o bom Fausto wolff trocou de roupa e foi morar noutra cidade. Nunca me canso de lembrar que, enquanto por aqui morava e vestia essa roupa que ainda visto, trocamos alguns divertidos imeios e via outras sorrimos muito dos outros e de nós mesmos. Direi pouco sobre ele. Mas, segundo Alberto Dias, “Fausto Wolff era (sic) um desses magníficos marginais e outsiders criados pela intolerância dos vários poderes que mandam no país.” Uma boa definição. Pois é. De quando em vez me pego pescando uma das muitas boas coisas por ele deixadas por aqui. Essa que segue é uma delas
R – O fim que dá significado às nossas vidas.
# – “Existe uma minoria no mundo – ricos, poderosos e anônimos – e mais seus palhaços, os políticos, que lutam contra a evolução humana. Daí a vulgarização da arte, a cultura não experimentada, a alienação. A criação de Deus deu ao homem um jogo maravilhoso, um enigma que, se decifrado, o colocaria na categoria dos deuses que ele mesmo inventou. Os homens, porém, em vez de aprenderem o jogo, resolveram lutar com as peças e usá-las como armas; resolveram fazer do lucro, e não da felicidade, o fim que dá significado às nossas vidas”
T – O ex-vereador carne de charque
# – assim, sem querer, como sempre acontece quando me deparo com um desses ex-crotos que continuam livres, leves e soltos, fora das merecidas cadeias, encontrei-me com um deles, língua de fora feito cachorro sedento, lambendo as botas de mais um senhor rei lá dele e respectivas mariposas, e não dei a mínima atenção. O sacana, porém, somente sorriso, achando que tudo vale a pena quando o roubo não é pequeno, tentou disfarçar:
– “Tudo bem. Dizem que eu roubei. E daí? Roubei. Mas também fiz alguma coisa para o povo com um pouco do dinheiro roubado”.
Um ex-croto assumido. Acho que toda Parahyba já ouviu falar que um dia ele esteve envolvido no desvio da merenda escolar de pobres e famintos e sofridos estudantes pessoenses (meu Deus!). Um crime terrível. Mas o que me dói mesmo, acreditem, por favor, é a pose de honesto com que o ex-croto desfila por ai. Dá um nojo que vocês não imaginam. O sacana não é apenas sujo, suja todo caminho por onde passa.
O – Voltando ao Pavilhão do Chá.
# é chover no molhado. Palavras, palavras, palavras. Nada mais que palavras. Isto é o que acontece com os escrevinhadores que insistem em perguntar ao senhor prefeito para que serve esse belo e antes frequentando Pavilhão do Chá. Dá uma pena danada por ele passar e lembrar que um dia esse Pavilhão serviu para alguma coisa além dos chás de cadeira que ali eram servidos, assim como não conta a história. Não discuto, Pois, afinal, um conto a mais ou a menos não vai mudar essa minha forma de pensar sobre esse espaço que continua servindo apenas para o descanso de mariposas e não raras vezes pasto para alguns burros e jumentos que ali encontram um sentido para a sua existência. Isto é, deles, dos burros, não desse Pavilhão que bem poderia ser aproveitado, se não todos os dias, mas nos finais de semana, como local para exposição de nossa belezas naturais, aberto aos turistas, e apresentações de artistas locais e eventos outros relacionados a terra de Dona Chiquinha e Heráclito de Almeida.
Ó povinho sem iniciativa esse que tá aí!
2 Comentários
Sebastião Lucena,
Esse 1BERTO que ainda não conheço em pessoa, está cada vez melhor. Que texto brilhante! Mesmo aqueles que não são dados a leitura, sentem prazer em ler as coisas desse cara. Eu gostei do uso do Pavilhão do Chá. Por que não pegar essa ideia ? Aproveita esse espaço que o prefeito não dá a minha, deixa-o abandonado, a disposição de gatos, jumentos e burros : Eu mesmo já vi! ah, gosto muito da ironia dele. Ele sabe ser irônico e, mais ainda, usar as palavras. O vereador “ex-croto” que ele fala, conheço. Acho que é aquele mesmo que foi preso por isso mesmo: roube de merenda. 1berto, por que não os nomes dos bois ? se voce sabe e a gente também, lasca o nome do “ex-croto”. Uma pergunta ? Tu es daqui mesmo ? Teu modo de escrever se parece muito com o do “bonitão tião”. a mesma facilidade e o mesmo bom-humor. Tô de olho!
Está explicado!
Um certo ex-juiz pensando ter decifrado o “enigma”, assumiu, por conta própria,
o papel de divino “Eu vejo! Eu ouço”!
Ao ser interpelado, o falso clone não conseguiu convencer com as suas
“convicções”, e até tentou, em vão, explicar pelo “domínio do fato” a elevação
da sua condição de “herói” para “divino”
Mas não teve jeito. O Divino Único e Onipresente mandou uma mensagem,
via Telegram, para um arcanjo revoltado e disse-lhe:
“Glauco, dai-lhe o nome merecido”