Será a cloroquina?

Há quem diga que Bolsonaro está fingindo, que não pegou coronavírus coisa nenhuma, que inventou essa febre para turbinar a cloroquina e depois dizer que foi curado pela dita cuja.

Pelo sim, pelo não, fico no aguardo de novas informações sobre o caso. Não acho possível uma pessoa com a responsabilidade de dirigente da nação se passar para um papel desses. Por isso, me posto no poleiro do circo espiando a moça do trapézio fazer cambalhotas, enquanto a rumbeira de bucho farto requebra a bunda decadente para um público que ainda consegue gritar de tesão.

Esse negócio de integrar o grupo de risco não é do meu agrado. Por mais que seja lembrado da idade e dessa fatalidade natalícia, continuo me iludindo e me achando um broto. Sou igual a Vital do Rego, o tribuno, que à cada aniversário remoçava um ano. Mas de vez em quando vem a triste realidade na forma mais inocente do mundo: uma declaração desinteressada de alguém que pensa estar fazendo o bem ao lembrar que eu tenho que me manter internado dentro de casa para não ser vitimado pelo mardito.

Se bem que a turma mais nova não está escapando. Ou está escapando fedendo. Todo dia as redes sociais mostram jovens de 30, 40 anos indo embora depois de contrair o vírus.Ele mata velho e mata novo, só não mata o Capitão que anda na rua de cara lavada e debocha de quem acha que o covid não é uma gripezinha.

Por isso a desconfiança quanto a confissão feita hoje. Pode ser verdade, pode ser invenção, pode ser promoção da cloroquina ou desculpa para fugir de algum espírito de porco disposto a botar terra na sopa do homem.

E lá se foi a segunda-feira.