Meu amigo João do Doce estava inconsolável. Se não fosse o machão que sempre foi, com certeza estaria chorando aos berros sem conter o desgosto. Fora a procura do seu compadre deputado Onaizenev Língua Plêsa, dera-se uma importância que imaginava ter e não tinha e o compadre o colocou no seu devido lugar.
-Não cuido de coisas pequeníssimas – lhe dissera o deputado, deixando-o de queixo caído, afinal, um almoço caprichado, feito por sua Rosinha somente para agradar ao padrinho do seu bruguelo mais novo não era coisa pequena, pequeníssima, então…
– Foi muita omilhação, Seu Tião -, desabafou com a cara desolada, quase morrendo de tristeza.
E eu, tentando consolar o amigo, ainda argumentei:
– Esquente não, João, paruano ele vem aqui atrás de um pé de galinha e tu com certeza vais dar.
– Ele comigo vai tomar no rabo – respondeu João, perdendo o semblante de triste e tendo de volta a fama de valentão. “Vou amolar a peixeira e esperar pra dar o troco. Ele vai ver”.
Será que vai?
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