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Será que vale a pena?

19 de julho de 2021

A redação de A União funcionava no Distrito Industrial, ali na saída para Recife. Os redatores se reuniam a partir das 7 da noite e cuidavam dos textos mal ajambrados dos repórteres de rua. Davam forma, retiravam os adjetivos, secavam os excessos e ofereciam ao leitor, no dia seguinte, um texto enxuto, informativo e cativante.

A equipe, comandada por Agnaldo Almeida, era formada por Werneck Barreto, Rubens Nóbrega, Francisco de Assis, Marcone Cabral,Josemar Pontes e o velho Feitosa, que além de redigir também exercia o cargo de secretário da redação.

O diagramador era o velho Bonga, que depois trocou o jornalismo pela Engenharia e sumiu no oco do mundo.

Frequentei essa redação a partir de 1978, quando precisei fazer uns extras para ‘interar” o dinheiro da feira.

Como repórter ganhava o de comer, na redação passei a ganhar o dinheiro do aluguel. Havia casado fazia pouco tempo e a prometida casa da Cehap só me foi entregue um ano depois das núpcias.

Saíamos da redação depois da meia noite. E invariavelmente havia a sessão de despedida em algum bar perdido no espaço geográfico da cidade.

As coisas mudaram muito de lá pra cá. Os jornais morreram, os belos textos advindos do copidesque caprichado do redator foram arquivados, a profissão de jornalista passou a ser descaracterizada por certos “profissionais” que só sabe o que é um O porque vivem sentados em cima de um e hoje a gente se pega a duvidar se vale a pena continuar tentando.

 

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