Política

Só quero ouvir o pipoco

1 de janeiro de 2021

Na Câmara de João Pessoa não houve distanciamento social. Aliás, em canto nenhum houve. Só os prefeitos doentes e internados ficaram de longe se lambendo e morrendo de vontade de fazer festa. Porque político é assim mesmo, na hora do bem bom, faz festa, na hora de fingir que está do lado certo, não faz.

Lembram da campanha? Todos eles, juntos e misturados, abraçados e fungando no cangote do companheiro, era beijo, era aperto de mão, era afago de todos os modelos.

O resultado a gente está vendo. Os casos de Covid aumentaram, apareceu um Covid novo, mais mortal do que o Covid velho, e o brasileiro indo na onda de Bolsonaro, se aglomerando e pedindo pra morrer.

Hoje, em São Paulo, o presidento deu uma demonstração da mais absoluta irresponsabilidade ao mergulhar nas águas e nadar ao encontro do povo. Dizem que ele teve orgasmos seguidos quando se sentiu cercado pela pequena multidão e ouviu o grito de mito.

Depois eu vi nas redes sociais gente elogiando o presidento, dizendo que ele é o presidento mais arretado da história do Brasil, que se mistura com o povo e não fica trancado em gabinetes.

Eu acho que ele é o presidento que mais desrespeitou a vida humana, o choro de quem perdeu e a saudade de quem sabe que não vai ter seu ente querido de volta.

Mas ele paga. Um dia o castigo vem. Se não da terra, do céu vem. Deus tá vendo. E não é o Deus dos crentes que o bajulam. É o Deus verdadeiro que trata todo mundo por igual e não faz distinção de raça, cor ou condição financeira.

Mas como eu ia dizendo, não houve distanciamento social hoje em canto nenhum. Na Câmara de João Pessoa eu vi o prefeito assinar o nome dele com a caneta que tinha sido usada por outros. E ato seguinte, segurou na máscara que havia arriado e a levantou, puxando pelo lado de fora.

Enquanto isso, lá no plenário, João Gonçalves, mais gordo do que nunca, apertava a mão, abraçava e sorria para os seus antigos companheiros de Câmara Municipal.

Eu só quero ver o pipoco daqui a 14 dias.

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