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Sobre essa minha mania de não abandonar um amigo na rua da amargura

20 de dezembro de 2023

Das mensagens que os amigos divulgaram nas redes sociais sobre o meu aniversário, tinha sempre a que me mostrava como “um homem amado por muitos e odiado por outros”.

A título de homenagem, os amigos diziam que não gosta de mim quem odeia a verdade.

Não sei se é isso mesmo.

Ou se me odeiam por ter a mania de ficar ao lado de quem ao lado estava no tempo das vacas gordas.

É um defeito meu.

Acho um sacana na exata expressão da palavra o sujeito que chupa o sangue do amigo e depois, quando não mais nada para chupar, o joga na sarjeta.

Quando eu gosto, eu gosto. Quando eu desgosto, eu desgosto.

Simples assim.

Como dois e dois são quatro.

Ao longo desses meus 72 anos, convivi com muita gente.

E devo favores impagáveis.

O primeiro deles a Glauce Burity.

Ela era a primeira-dama do Estado e me fez seu assessor de imprensa. Assessor e amigo.

E fez mais: deu-me as condições para poder, hoje, sustentar a minha família.

Como esquecer uma coisa dessas?

E Chico Franca?

Eu estava na maior pindaíba, perseguido por um patrão escroto que me tratava a pão e água, quando Chico, que nem era do meu convívio, chamou-me e comunicou que a partir daquela data eu seria seu secretário de Comunicação na Prefeitura de João Pessoa.

Assim, sem mais nem menos, sem indicação de padrinho, sem esquemas.

Saí da pindaíba e superei as dificuldades graças a Chico Franca.

Como esquecer uma coisa dessas?

Aí o sisudo Ricardo Coutinho liga pra mim numa manhã de sábado informando que meu ato de nomeação para Secretário Executivo da Comunicação Social estava indo para o Diário Oficial. Assim, sem mais nem menos, sem padrinho, sem nada.

É certo que a experiência foi dolorosa, não por culpa de Ricardo, mas por coisas que fui obrigado a engolir enquanto executivo eu fui. Isso, porém, não vou revelar aqui. Os meus amigos sabem do que estou falando.

Mas o gesto de Ricardo valeu. E eu repito: Como esquecer uma coisa dessas?

Se os que me odeiam sentem isso por conta da minha mania de não abandonar um amigo na Rua da Amargura, que continuem odiando.

Já estou velho demais para mudar.

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1 Comentário

  • Reply paulo sergio lyra 21 de dezembro de 2023 at 19:43

    SE TODAS AS PESSOAS AGISSEM DESSA MANEIRA, O MUNDO SERIA DIFERENTE. CARÁTER NÃO É PRA QUALQUER UM. PARABÉNS.

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