Uma das grandes frustrações da minha vida profissional foi não ter merecido de Gonzaga Rodrigues algumas linhas dele sobre um dos meus livros. E olhem que pedi. Ele, claro, ignorou porque os meus escritos não valiam uma análise, mesmo que pequena, do ilustre cronista.
Mas isso não diminuiu, nem vai diminuir, a admiração que tenho por ele, pelo que escreve e pelo que conversa.
Com Gonzaga trabalhei em A União, ele diretor e eu repórter. Depois repeti a dose na Prefeitura, eu secretário de comunicação e ele ex-secretário e assessor do prefeito Chico Franca. Nos fizemos amigos e amigos continuamos a ser.
Porque estou falando dele?Simplesmente porque hoje Gonzaga chega aos 89 janeiros mantendo o mesmo vigor dos tempos de antigamente, produzindo, escrevendo, transformando em crônicas poéticas e saborosas o cotidiano da nossa cidade.
Que ultrapasse a casa dos cem anos. A Paraíba precisa dele.
**
Hoje choramos a perda de um grande cronista, Otávio Sitonio Pinto, princesense, primo legítimo do saudoso Aloysio Pereira, sobrinho do coronel Zé Pereira de Princesa.
O corpo está sendo velado na Rosa de Saron em Jaguaribe. O enterro deverá acontecer no Senhor da Boa Sentença.
Otávio escrevia como quem faz doce de leite ou suspiro de ovo: leve, gostoso, com sabor de quero mais.
Luiz Nunes, outro ilustre conterrâneo, afirma que ele era o nosso Rubem Braga.
E eu não temo em dizer: Rubem Braga, apesar de mais famoso, não chegava nem perto.
Ele era único, inimitável, insuperável, insubstituível.
Vai fazer falta.
1 Comentário
Parabens Gonzaga Rodrigues pelo seu aniversário, que Deus lhe conceda muita saúde e mais muitos anos de sua vitoriosa vida.