Estou me sentindo um idiota no meio de tanta gente sabida.
E explico:
Continuo com o mesmo discurso de cinco, dez anos atrás.
O que pensava naquele tempo continuo pensando agora.
E isso não pode ser o certo, porque os outros coleguinhas que pensavam como eu, mudaram.
O último a mudar mudou agora.
Adotou o discurso que outros faziam e ele condenava.
E como sou o único a continuar do mesmo jeito feito a cantiga da perua, só posso ser um idiota.
Deve ser por isso que não fico rico.
Riqueza não foi feita pra idiota, foi feita pra gente sabida que segue a onda do momento e está sempre se atualizando.
E o velhinho aqui, capengando e cantando a cantiga da perua.
Mas, por mais que me esforce, não consigo mudar.
Não sei falar mal de quem falava bem, tampouco dispenso o elogio fácil a quem até ontem eu censurava.
Defeito de fábrica, só pode ser.
Meu pai, o velho Miguel Fotógrafo era assim
Viveu a vida toda e morreu sem abandonar a fidelidade a “compadre Antônio”.
O compadre Antônio era Antônio Nominando Diniz, em quem votou a vida inteira, até morrer.
Meu pai me ensinou assim. Se ensinou bem ou mal, não arrisco um palpite. Só sei que ensinou e, em homenagem à sua memória, não vou relegar o seu ensinamento.
1 Comentário
E assim dorme tranquilo, conversando com todos, confiável até para os adversários, enquanto o oposto sabe se lá…