Cabeceiros, garis e feirantes empretaram seus nomes para figurar como laranjas no roubo do dinheiro da merenda em Campina Grande. O grupo de empresários que se beneficiaria com as fraudes em licitações e contratos utilizava nomes de pessoas humildes para abrir empreendimentos de fachada e contratar milhões com o poder público. Os relatos estão na denúncia apresentada nesta quarta-feira (28) pelo Ministério Público Federal (MPF).
De acordo com os relatos, o grupo abordava pessoas com dificuldades financeiras (e sem instrução) e pedia que elas cedessem os nomes para a abertura de empresas. Em troca, os laranjas recebiam quantias que variavam entre R$ 400 e R$ 1000 mensais.
Teria sido assim com Renato Faustino da Silva, que estava desempregado e teria cedido o nome para a abertura da empresa Renato Faustino da Silva (Crystal Comercial). Em troca ele recebeu a promessa de receber R$ 1000 por mês. Em depoimento à Polícia Federal, ele confirmou a fraude.
Situação semelhante passou a catadora de material reciclável Edna Iara dos Santos. Ela contou aos investigadores da Polícia Federal que recebeu a quantia de R$ 350 para ter o seu nome utilizado pela empresa Edna Iara dos Santos (Comercial Santos).
Já o cabeceiro Arnóbio Joaquim Domingos da Silva, que trabalha na Feira Central de Campina Grande, admitiu que cedeu o seu nome para figurar como proprietário do empreendimento Arnóbio Joaquim Domingos da Silva EPP. Em troca, passou a receber a quantia de R$ 250 por semana. Dados do Tribunal de Contas do Estado mostram que o empreendimento recebeu R$ 10,3 milhões de prefeituras da Paraíba entre os anos de 2016 e 2018.
Um outro caso é o do marchante Rosildo de Lima Silva, que mora na cidade de Massaranduba. De acordo com o MPF, ele teria emprestado o nome para que os empresários abrissem a empresa Rosildo de Lima Silva (União Comercial). O empreendimento recebeu R$ 17,9 milhões em contratos com prefeituras paraibanas, conforme o Sistema Sagres, do TCE-PB.
Laranjas denunciados
Três dos laranjas citados pelo blog foram denunciados pelo MPF. Renato Faustino da Silva foi denunciado por falsidade ideológica, envolvimento com organização criminosa e lavagem de dinheiro. Já Arnóbio Joaquim foi enquadrado em falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Já Rosildo de Lima Silva foi denunciado por falsidade idelógica, fraude em licitação e envolvimento com organização criminosa. Edna Iara dos Santos não foi denunciada pelo MPF
3 Comentários
É incrível! Em todos os escândalos envolvendo roubo de dinheiro público tem, além de políticos, empresários e eleitores, fato que demonstra ser o Brasil um caso perdido. Que DEUS nos acuda nessa “calamidade”.
Tião, ô Tião, O Prefeito Romero não sabia de nada disso ? É danado né ? Se fosse do outro lado do oceano o gestor sabia, mas como é do lado de cá Romero não sabe de nada . SERÁAAAAAAAAAAA
Parece que o desvio na merenda escolar é especialidade do PSDB, vide o que ocorreu e no estado de São Paulo.