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TORRE DE ATALAIA – O MONUMENTO MILITAR MAIS ANTIGO DA PARAÍBA

22 de dezembro de 2024

Hilton Gouveia

Trata-se do monumento militar mais antigo da Paraíba, construído pelo general
espanhol Diogo Flores Valdez, mandado para cá em 1583, pela União Ibérica. Valdez
projetou a Torre do Atalaia como posto avançado de um forte erguido na orla do Rio
Paraiba, no local hoje chamado de Forte Velho, situado na zona ribeirinha de Santa
Rita, a 31 km de João Pessoa.Ao cumprir sua tarefa de fortalecer a costa paraibana e a
guarda da Torre de Atalaia, Valdez retirou -se para Pernambuco e, depois, para a
Espanha.
Antes de partir ele fundou uma alcaiadaria no âmbito da cidadela do forte e a
entregou ao capitão Francisco de Castejon. Este não resistiu aos ataques dos índios
potiguaras e acabou destruindo o forte e atirando os canhões ao Rio.
Quando realizava suas palestras, o historiador Guilherme D’Ávila Lins dizia:
“Alcaiadaria, na Espanha significa prefeitura. E as prefeituras são administradoras de
cidades. Por isso Forte Velho é considerada a primeira povoação da Paraíba.”
O político e historiador Paraibano Marcos Odilon endossa a opinião de Lins, sem
pestanejar.
Num local de Forte Velho denominado Oratório, membros da família Pessoa
encontraram vestígios de louças antigas do século 17.
Na área vizinha de Tambauzinho, o pesquisador subaquático Jair César de Miranda
Coelho recolheu 12 balas de canhões de guerra do século 16.
De acordo com Jair e Lins, Forte Velho e adjacências sofreram ataques de exércitos
estrangeiros a partir de 1634 (holandeses); e 1755 (franceses). “Os holandeses vinham
tentando conquistar esta parte do Brasil, à procura de terras para o plantio da cana e,
assim, monopolizarem o comércio do açúcar na Europa”, garante Marcos Odilon, em
seus escritos.
Jair César escreveu que os franceses tinham o objetivo de roubar o pau-Brasil neste
setor, a fim de dominar o comércio mundial da purpurina, um corante de tecidos
muito utilizado na Europa.

A torre de Atalaia, hoje, está em ruínas. Permanece assim desde os meados do Século XIX. a restauração de sua fachada foi possível a graças a um mapa costeiro pertencente ao acervo do engenheiro e colecionador de achados em naufrágios George Cunha Filho, hoje detentor de diversas relíquias entre os achados costeiros que conseguiu, per correndo praias remotas da Paraíba.
BATALHAS E HEROISMO
dos do Século XVII para cá, muita história rolou entre as águas e o mirante de
Atalaia. Houve a batalha naval travada entre O Conde da Casa da Torre, um respeitável nobre
português dono de incontáveis léguas de terras em Pernambuco e na Paraíba, e uma esquadra
holandesa, que começou em Goiana -PE e terminou em Tambauzinho, perto de Forte Velho. A
guarda da Torre avistou a esquadra inimiga ao largo e detonou sete vezes sua canhoneta,
avisando aos navios luso-espanhóis, que estavam alertas na costa.
Também deu o alerta contra a esquadra neerlandesa, que a muito custo conseguiu tomar o
Forte da Ilha da Restinga (Cabedelo), na véspera do Natal de 1634. No início do Século XVIII,
outro aviso da torre deixou alerta esta valorosa guarda que, com apenas 20 homens, rechaçou
a tripulação de 350 marinheiros, que pretendiam tomar a Fortaleza de Santa Catarina. Caveiras
humanas e balas redondas de ferro cuspidas pelos canhões em guerra, já foram retiradas de
Tambauzinho, por pesquisadores subaquáticos.

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