Depois de cinco mandatos consecutivos na Câmara Federal, o deputado Givaldo Carimbão, das Alagoas, foi derrotado. E quem o derrotou foi um princesense, nascido e criado na Rua da Avenida, filho de uma professora primária e de um oficial de justiça, o meu companheiro de infância Totonho de Guida.
Claro que o alagoano o conhece pelo nome oficial de Dom Muniz Fernandes, arcebispo metropolitano de Maceió. Foi o arcebispo quem denunciou o deputado, acusando-o de usar a Secretaria que cuida dos dependentes químicos para angariar votos. Essa denúncia derrubou o deputado e, de quebra, também derrotou o filho dele, Carimbão Júnior.
Toda a história de Carimbão, inclusive sua derrota e o que motivou seu insucesso nas urnas foi contada hoje pelo jornalista Cláudio Humberto Rosa e Silva, no seu Diário do Poder. Leia:
Deputado concluirá quase 30 anos de parlamento sem responder a processo judicial
Derrotado após oito mandato, Carimbão não atribui queda à denúncia de arcebispo
Carimbão disse que escreverá um livro sobre os 30 anos de parlamento preservando a ficha limpa, quando foi questionado pelo Diário do Poder se atribuiria sua derrota à denúncia feita pelo arcebispo metropolitano de Maceió (AL) Dom Antônio Muniz Fernandes em janeiro de 2017.
“Vou escrever um livro sobre os 30 anos de mandato ininterruptos, sem responder a um processo em minha vida. Isso é fantástico e orgulha Alagoas. É o maior patrimônio que consegui fazer em minha vida. Honrei minha família, meus filhos, os amigos e a sociedade. Fui líder do presidente Lula, da presidente Dilma, enfrentei poderosos e saí respondendo a zero de processos. Isso não tem preço”, ressaltou Carimbão.
Para Carimbão, o motivo de sua derrota é simples e sem relação com a polêmica com a Igreja Católica: “Não deu. Faltou voto”. Ele destaca que não foi fácil fazer campanha sem recursos para investir. E considera que foi “um gigante em ter 55 mil votos”, gastando o que gastou: R$ 427 mil, sendo R$ 60 mil de recursos próprios, R$ 17,5 mil de doações e o restante do fundo especial de financiamento de campanha.
“Caiu a votação geral. Mas está tudo bem, em paz. Feliz porque Deus tem outro plano para mim… O melhor está para vir para mim”, concluiu Carimbão.O arcebispo da Igreja Católica em Maceió acusou indiretamente Carimbão, que coordena a Frente Parlamentar Católica do Congresso Nacional, de pautar por critérios eleitorais a distribuição dos recursos públicos estaduais para o tratamento de dependentes químicos, na Secretaria de Prevenção à Violência. A pasta é comandada por indicados de Carimbão desde sua criação, no início do governo de Renan Filho (MDB).
“Não [atribui a derrota à denúncia], porque de um ano para cá a sociedade viu que não usei. Enfim. Eu julgo que números são números. Tive 8.700 votos em São Miguel dos Campos, agora tive 6 mil. Em Santana do Ipanema, também tinha tido mais votos. Em Palmeira dos Índios tinha tido quase o dobro dos votos. E em Delmiro Gouveia tive mais que o dobro dos votos, na eleição anterior”, pontuou.
O parlamentar cita o evengelho de São Paulo para afirmar que combateu o bom combate, mas não perdeu sua fé. E depois de pagar promessa em Aparecida do Norte, agradecendo pela jornada, pretende cuidar de seus negócios, em um colégio.
A penitência das urnas também atingiu seu filho e deputado estadual Carimbão Júnior (Avante-AL), no ano seguinte ao deputado federal defender Maria, mãe de Jesus Cristo, em uma confusão que encerrou uma audiência de comissão da Câmara dos Deputados, em que o parlamentar disse querer ver a mãe do ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão exposta com as pernas abertas, tal qual foi Maria em cinco exposições artísticas patrocinadas com incentivos federais da Lei Rouanet.
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