Cheguei naquela fase da vida em que não preciso mais fingir o que não sou, sorrir para agradar a quem não me agrada e fazer de conta que sou amigo de quem jamais senti vontade de ser.
Não tenho mais obrigações além daquelas que fazem meu dia a dia, não me sinto mais obrigado a comparecer à festa de aniversário de quem, para mim, nem soma, nem divide, sequer diminui, não substituo meu papo no bar sujo de João do Bar pelas tapinhas nas costas dos restaurantes chiques e, não troco o meu cuscuz com rabada de boi o bode guisado pelos canapés a luz de velas.
Não sei se isso é bom ou ruim, pra mim é indiferente. Não olho a estrada percorrida, tampouco faço contas do tanto de quilômetros que me resta percorrer.
Vou andando, vou seguindo, agradecendo o acordar de cada dia, mas aceitando o dia em que não acordar mais.
Já viajei demais, vivi muito, olho o passado e me perco nas contas dos que já não andam mais comigo.
Conheci amigos, convivi com gente sem caráter, enfrentei barras pesadas, dei de cara com injustiças e disso tudo estou escapando e vivendo como Deus permite.
Tenho uma família linda, uma companheira das horas boas e ruins, irmãos que me amparam na hora do desamparo e uma meia dúzia de amigos, não mais que meia dúzia, com quem posso contar seja dia ou seja noite, tenha sol ou tempestade.
O que desejar mais além disso?
Tá bom demais. Se melhorar estraga, como dizia o saudoso Toinho de Calu tomando uma lapada ao pé do balcão de seu irmão Luizinho Arapapaca.
2 Comentários
VELHO TIÃO;
Muito bem, Estou adotando o mesmo critério.
VELHO TIÃO;
Muito bem. Estou adotando os mesmos critérios.