Li atentamente as declarações do vitorioso Rooberto Cavalcanti ao portal do seu fã número um, Heron Cid.
O homem é um poço de imodéstia.
Em vez de chamar os adversários para um congraçamento, tratou logo de se engrandecer e de tripudiar sobre o principal vencido.
Anunciou que o plural venceu o singular.
O plural é ele, o singular, Germano Romero.
Asseverou que os seus 28 eleitores optaram por um candidato “que nesse momento da história da academia seria o mais interessante”.
E sobre o vencido: “O outro candidato tinha uma proposta singular, era continuar o projeto do pai dele”. E alfinetou: “A academia não é uma capitania hereditária (que passava de pai para filho).
Ainda bem que Carlos Romero não estava aqui para ouvir isso.
Quanto ao pleito, creio que a academia escolheu muito bem. Eles, o eleito e os eleitores, se merecem. E como!
5 Comentários
Prezado Tião, permita-me transcrever considerações feitas ao seu comentário no mencionado blog
Atenciosamente,
Germano Romero
Com todo respeito ao amigo Roberto Cavalcanti, com quem sempre desfrutei e desfruto respeitável cordialidade, e a quem parabenizei pessoalmente, hoje, pelo seu ingresso na APL, gostaria de acrescentar uma consideração sobre o sentido da palavra singular, a mim atribuída. Exatamente por significar aquilo que é “raro”, “invulgar”, “incomum”, “peculiar”, a Academia inseriu nos seus estatutos a fundamentação para que seus membros devam ser admitidos por sua “contribuição singular às letras, às artes ou à ciência”. Singular no contexto acadêmico, literário, artístico ou científico não expressa o contrário de plural, múltiplo, diverso, e sim o que é raro, distinto, diferente do comum.
Sobre ser filho do ex-ocupante da cadeira nº 27, permita-me lembrar que mediante a produção literária que exerci por mais de 20 anos, com preponderância no gênero da crônica, e por quase 40 anos de criação arquitetônica, ambas reconhecidas pela crítica especializada como “singulares”, a hereditariedade biológica referida a meu pai, se interpõe como condição de mera coincidência, extremamente secundária.
Sobre a minha colaboração ao jornal Correio da Paraíba, espaço em que escrevo desde 1993, há 26 anos, e com meu pai, simultaneamente, por cerca de 15 anos, idem concentrada em crônicas, manteve-se isenta durante toda a campanha da Academia de Letras. Portanto, não haveria razão para ser interrompida. Da mesma maneira, tanto quanto louvável, o próprio Roberto Cavalcanti e todo o Sistema Correio se conduziram de forma profundamente elegante, não utilizando em nenhuma circunstância os seus respeitados e tradicionais veículos de comunicação na direção de interesses pessoais.
No jornal A União, onde escrevo também há muitos anos, os eventuais textos publicados durante a campanha transcreveram considerações naturais e respeitosas baseadas em entrevistas, idem cordiais, concedidas a outros veículos de comunicação, assim como análises e críticas literárias sobre o meu trabalho, algumas dos próprios acadêmicos, que serviram até como subsídios para avaliação da Academia. Assim, não deveria ser entendida como propaganda ou promoção pessoal, mas, sim, como informações, ponderações e considerações pertinentes ao próprio pleito.
Por fim, Heron, gostaria de transcrever alguns testemunhos de consagrados membros da vetusta Academia sobre minha contribuição literária, que muito me honram:
De Gonzaga Rodrigues: “A circunstância de o arquiteto, o bacharel de música, homem de bom gosto e de maiores voos ter alcançado a linguagem ou estilo da cônica não é tudo – muitos o conseguem – o que o distingue é a mensagem, a sequência de valores, espécie de humanismo novo numa hora em que a obcecante tecnologia capitalista sugou o homem para a completa alienação”. “Alguém que dá trégua à prancheta para se fixar no pólen que o milagre de equilíbrio de um beija-flor consegue garantir para a vida do universo”.
De Mercedes Pepita Cavalcanti: “A crônica de Germano Romero revela uma peculiaridade personalíssima: o registro ou narrativa do cotidiano emerge com uma poeticidade tão intensa, que o crítico literário, ao invés de incluí-lo no gênero da Prosa, bem poderia inseri-lo no Lírico. Seus textos, com efeito, constituem verdadeiros poemas em prosa, num estilo harmonioso, em que se somam clareza, singeleza e verdade, cativando o leitor e provocando, não raro, uma saborosa sensação catártica”.
Da professora Ângela Bezerra de Castro: “Germano é o cronista que tem o dom especial de despertar o leitor para os milagres da vida, para a possibilidade de um estado de graça permanente na comunhão do homem com a natureza, inclusive humana”. “Elege como valores supremos os sonhos de ‘ter paz’, ‘de ter amigos’, ‘de ter fé’, ‘de ser grato à vida e ‘de ser feliz’.
Vergonha, para todos os imortais, que para mim são sempre mortais, principalmente agora depois de mais essa vergonha.
Acho que devemos boicotar essa classe.
O Pa raíba boa.
” um candidato que nesse momento da história da academia seria o mais interessante”
Interessante em qual sentido? E por qual “momento” a academia está passando?
Seria “interessante” no linguajar capitalista?
E o “momento da história” seria no sentido politico pelo qual o país,
lamentavelmente, está passando?
Em ambos os casos fazem todo o sentido! LAMENTAVELMENTE!
DEVERIAM MUDAR O “NOME” DA ACADEMIA COM O FITO DE FIDELIZÁ-LO COM SUAS PRÁTICAS E RESPECTIVOS CRITÉRIOS DE ESCOLHAS.
Tive o desprazer de conhecer esse senhor em uma praia do nosso litoral. Exatamente isso, um idoso arrogante e literalmente feio.