Esperei por uma resposta que fulminasse a reportagem da revista Carta Capital, mas li uma dissimulada confissão de culpa.
Sim, isso mesmo, uma dissimulada confissão de culpa.
A revista em momento algum questionou a inteireza da gravação do empresário patife. Ela disse, com todas as letras, que tiraram do bojo da gravação palavras soltas ao vento que, mais tarde juntadas, formaram uma história que nada tinha a ver com o contexto.
A gravação existiu e isso ninguém nega.
Mas o seu teor tem duas vertentes, a original e a cópia, uma versando sobre assuntos administrativos e outra induzindo a quem escuta a acreditar numa confabulação sobre propina.
Na versão original, assim diz a revista, o governador e o empresário patife discutiam sobre a compra de equipamentos para o novo hospital de Santa Rita.O empresário dizia do quanto precisava para adquirir os equipamentos e o governador apontava os meios para se viabilizar a compra.
Até que chega ao famoso “meu 13º está garantido”, que na versão denunciada seria uma gratificação extra a aportar no bolso do governador e que, na versão da Carta afirmada pelos advogados com base em perícia particular efetuada na gravação, era na verdade a informação de que a compra poderia ser efetuada antes do exercício findo, porque o Estado, com suas contas em dia, tinha aporte financeiro e até o dinheiro para pagar o 13º do funcionalismo estava guardado no banco.
Prevalece, até prova em contrário, a tese de que Ricardo Coutinho foi vítima de uma maldade, de uma crueldade sem tamanho.
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