Por GILBERTO CARNEIRO
O DOMINGO combina com três situações distintas: praia, missa e pizza. Caso o domingo fosse um filme, a película adequada ao seu estilo, seria: “comer, rezar e amar”.
O domingo é uma espécie de naipe de ouros, sela o fim de semana com a transição da euforia para a serenidade. No percurso da transitoriedade, dorme a noite das sextas sob o vulcão da felicidade em erupção; nos embalos de sábado à noite a lava do prazer se incendeia e, na manhã seguinte, no seu próprio Dia, o Domingo resgata as últimas forças para o mergulho nas águas mornas do oceano Atlântico. A tarde? Ah! o vespertino é para a sonolência.
O crepúsculo aviva a mente sobre o momento reservado para as orações. Ah! o domingo é o Dia da Santa Missa. É a oportunidade para fortalecer a fé e rezar, permitindo desacelerar a mente e aquietar o coração se abrindo para a reflexão sobre o sermão do padre que fala da simplicidade. – “existe uma frase, que diz que, para vivermos a vida de outra pessoa devemos calçar as sandálias do pescador e usar da empatia para procurar entender suas atitudes e comportamentos. As pessoas estão substituindo o amor pelo rancor. Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho? Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?” – pregava o pároco em sua homilia.
Frequentar um templo religioso permite um senso sociológico preciso do que as igrejas e a vida da igreja frequentemente oferecem às pessoas, especialmente aos jovens, não apenas uma forma genérica de comunidade, mas tipos específicos de mistura de classes, vínculos intergeracionais, namoros, solidariedade interpartidária e música realmente boa, embora o desafio se torne muito mais profundo se as únicas partes da igreja em que os jovens acreditam sejam os bens secundários da religião, como a comunidade, moralidade, solidariedade, sociabilidade e canto, não dando a importância na mesma dimensão aos bens primários – comunhão com Deus e a integração da vida humana com propósitos divinos. Mas cabe a filosofia e a teologia debaterem essa assimetria. O fato é que a missa é uma integração de jovens, amigos, filhos e pais, noras e sogras, genros e sogros, netos e avós, geralmente finalizando com uma pizza.
EPICURO, filósofo greco enfatiza que: “uma das maneiras de alcançar a tão sonhada felicidade é por meio do prazer, porém não é o prazer apenas por prazer, e sim aquele prazer que traz serenidade de espírito, que é livre de dor e de qualquer espécie de sofrimento corporal, o prazer que liberta a alma, nas coisas simples da vida.”
O desfecho arrebatador é a refeição no fim da noite do Domingo. A serenidade no último Ato vem, tradicionalmente, acompanhada de um vinho e uma pizza. Pode ser um vinho barato, não importa, de preferência um cabernet sauvignon tinto, cor rubi brilhante, com aromas de frutas vermelhas, ou qualquer outro do gosto de quem é permitido desfrutar desta bebida secular; mas a pizza, ah!!! a referência desta iguaria da gastronomia italiana em nossas belas paragens é a Famiglia Muccini Restorante, nas circunstâncias temporais e financeiras que se permita estar lá. Com um ambiente intimista, o aconchego do seu espaço interno transforma o jantar em um momento de alegria e harmonia, corroborado pela excelência do atendimento do mister Paulo e cia; do som do pianista dedilhando “Hotel California”; à presença agradabilíssima dos seus proprietários, nas trocas de experiências em meio às conversas com familiares e amigos de mente inclusiva. Ah! mas que bobagem, FAMIGLIA MUCCINI é bom qualquer dia.
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