Esse Coronavirus serviu para que eu parasse e reparasse a estrada que ficou atrás de mim. E o que vi foi só a estrada lisa, sem gente, sem carros, sem bichos. Só a estrada sem fim, envelhecida, carregada de 44 janeiros não sei se bem vividos, tamanhas foram as decepções e desenganos.
No começo era romantismo. Ser jornalista era o chique da moda. Primeiro era preciso saber escrever, conjugar, botar acento e vírgula nos lugares certos. Depois tinha que ter disposição para o trabalho. Naqueles começos jornalista era pobre, andava a pé ou de ônibus. Carro, só alguns afortunados tinham. E assim mesmo velhos e descadeirados fusquinhas que pegavam mais no empurrão do que na chave.
E o tempo andou.
Dos companheiros de tertúlias, viagens e furos, revejo poucos, quase nenhum. A maioria morreu e quem não morreu procurou outra profissão para não morrer de fome.
Como eu disse, nos ontens de nossas vidas profissionais jornalista era apenas jornalista. Lutava pela matéria e não pelo que iria ganhar com ela. E jornalista que trabalha assim não tem futuro.
Poucos sobreviveram. E os que sobreviveram ainda ralam para manter a casa, mesmo já tendo passado dos 70 janeiros.
No meu tempo jornalista não era sinônimo de chantagista.
Por isso continuamos pobres. Os chantagistas ganharam a guerra, ostentam a riqueza, os carrões, as mansões em condomínios fechados e as viagens internacionais regadas a um tipo de vinho que só aos ricos é permitido o acesso.
Por isso eu digo que não sei se os 44 janeiros foram bem vividos.
Talvez eu tenha escapado para contar a história.
Mas nem nesse privilégio eu vejo algum mérito.
4 Comentários
Mas temos pessoas dessa qualidade ainda no jornalismo e locutores de rádio : Heron Cid, Ruy Dantas, Marcelo José, Hélder Moura, Rubao , Fabiano Gomes, Nilvan Ferreira, Samuka Duarte, Emerson Machado e etc.
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Qual parte vc não entendeu?
Adenilson, tu estás brincando ou sonhando ? Tu cai daí !!!
Ôh Paraíba Boa….