opinião

Venezuela

4 de agosto de 2024

 

Por Gilberto Carneiro

IMAGINE que você descubra petróleo em suas terrinhas e não tenha condições financeiras para a extração do óleo bruto. É quando aparece um oportunista travestido de bom moço e lhe propõe: – “extraio o petróleo com os meus recursos, desde que 70% seja meu, que o contrato tenha vigência por tempo indeterminado e com uma multa em caso de quebra de contrato, acrescido de perdas e danos”.

Sem opção você aceita o contrato leonino, até que um determinado dia você adquire as condições necessárias para extrair seu próprio petróleo e decide por rescindir o famigerado contrato com o explorador que fica com 70% do seu petróleo. Assumindo todos os custos da rescisão em condições absurdas você ainda é obrigado a conviver com todo tipo de perseguição, de ameaça e de sanções por ter ousado ficar com o que é seu por direito.

Foi assim na Venezuela. Durante muito tempo a TEXACO, um conglomerado americano do ramo petrolífero, explorou os venezuelanos extraindo seu petróleo e ficando com 70% dos recursos, apenas 30% para a República Bolivariana da Venezuela, ou seja, a TEXACO era uma estatal americana em solo venezuelano. A Venezuela fica localizada na parte norte da América do Sul, do tamanho da região sudeste do Brasil, possui uma economia voltada para a exportação. A principal atividade econômica é a exploração e refino de petróleo. É a quinta maior economia da América Latina, depois do Brasil, México, Argentina e Colômbia, e possui um inconveniente, fica localizado próximo aos EUA.

É o país com as maiores reservas de petróleo do mundo, com 300,9 bilhões de barris, de acordo com dados da CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos, e por isso os americanos sempre mantiveram um interesse quase que obsessivo pela região.

O país primeiro esteve sob o jugo dos espanhóis. Em 6 de agosto de 1813, Simón Bolívar cumpriu uma promessa que fizera em 1805 a seu antigo mestre Simón Rodrigues em Roma: livrar a Venezuela do jugo colonial espanhol. A libertação de Caracas em 1813 foi apenas um episódio das idas e vindas, glórias e fracassos na vida de Bolívar.

A Venezuela libertou-se dos espanhóis, mas continuou sob domínio dos americanos, como a maioria os países latinos, até que um “doido” como muitos o chamavam, Hugo Chaves, quebra o contrato com a TEXACO e estatiza a empresa de petróleo venezuelana. Os americanos, em retaliação impõem todo tipo de embargo econômico à Venezuela. Apenas para registro de como funcionam as retaliações dos americanos, uma compensação no sistema bancário venezuelano demora 7 dias, devido aos embargos impostas pelos americanos no sistema financeiro mundial que afetam os venezuelanos, que tem a exportação como seu principal motor econômico no ramo do petróleo.

Então não me venham com essa história do senso comum que os americanos querem preservar a democracia na Venezuela.

Maduro é criticável, mas tanto Hugo Chaves como o próprio Maduro foram eleitos em sucessivos pleitos que foram realizados na Venezuela, através de um sistema eleitoral auditável e com voto impresso. Quando Maduro se referiu “ao banho de sangue” caso perdesse as eleições foi propositadamente mal interpretado, pois estava na verdade fazendo um alerta que se o candidato da extrema direita ganhasse haveria uma perseguição em massa no país dado seu histórico sanguinário. Edmundo González, de extrema direita, tem no seu currículo a coordenação da Operação Centauro, em El Salvador, sob o imperialismo yanque de George Bush, um dos donos da Texaco. Esta operação ficou conhecida pela atuação sanguinolenta dos chamados “esquadrões da morte”, comandados por González, que assassinaram mais de 13 mil líderes civis, indígenas e religiosos durante a luta de libertação nacional salvadorenha.

 

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1 Comentário

  • Reply ricardo 5 de agosto de 2024 at 03:00

    fico triste de ter perdido 2 minutos lendo um texto que começou bem, e finalizado com conclusões idiotas, fantasiosas, é muito fanatismo rsrsrs.

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