MARCOS MAIVADO MARINHO
Ardoroso coroinha da Igreja Católica e considerado há anos como o mais ‘santo’ dos edis com assento na Casa Félix Araújo, o vereador Antonio Pimentel Filho literalmente passou a perna num dos mais adorados santos do catolicismo nordestino – São João – e conseguiu aprovar um projeto que cassa o louvor ao patrono da maior festa junina do mundo.
O projeto de Pimentel Filho extingue os feriados de Carnaval e São João em Campina Grande, deixando-os apenas como ponto facultativo. Votado e aprovado na Câmara Municipal de Campina Grande, para se tornar lei ainda necessita da sanção do prefeito Romero Rodrigues, para quem o “abacaxi” será enviado.
Os vereadores Galego do Leite e Alexandre do Sindicato votaram contra a proposta e disseram não concordar com a extinção dos feriados, pois, transformando-os em ponto facultativo iria privilegiar apenas o funcionalismo público, enquanto o trabalhador do comércio ficaria prejudicado.
Segundo Galego, o feriado de São João é uma tradição para o Nordeste, em especial para Campina Grande, devido à realização do Maior São João do Mundo.
“Votamos contra porque o feriado do São João na nossa região é tradicional. Recebemos com estranheza o projeto do vereador Pimentel porque apenas o funcionalismo público é que vai se beneficiar. O trabalhador do comércio não terá direito a folga, nem o pagamento pelo feriado”, disse.
Já o vereador Alexandre do Sindicato, que integra a mesma bancada governista de Pimentel, entende que é necessário que o projeto não seja sancionado pelo Poder Executivo, devido à tradicionalidade que os festejos juninos e de Carnaval têm para a cidade, tendo em vista que nas duas datas há grande número de turistas visitando Campina Grande.
“Este é um projeto nocivo aos trabalhadores e também à sociedade como um todo. Não houve nenhum questionamento jurídico ou apelo da população para ter se levantado esse projeto, que vai garantir apenas privilégio para o funcionalismo público, já que será ponto facultativo. Faço um apelo ao prefeito Romero Rodrigues para que essa lei seja vetada”, pediu.
A sessão de hoje foi de bate-boca na Câmara campinense, com os ânimos exaltados entre o autor da propositura e os dois edis que se rebelaram.
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