Quando eu a conheci ela ainda era uma menina, eu mais taludo, mas também cheirando a talco pompom, ambos cheios de sonhos e de crenças na eternidade da vida.
Vivíamos os anos dourados da década de 70, só pensávamos nos assustados e nas emoções dos amores que nasciam.
E jamais imaginamos que um dia a estrada em ascensão pudesse se transformar na descida vertiginosa.
Até que, um dia, descobrimos um cabelo branco intrometido entre os seus confrades eternamente pretos.
Seria o sinal de alerta.
Que logo se confirmou através de manifestações até então desconhecidas.
Um esquecimento aqui, um escorregão ali, os filhos dizendo que tomássemos cuidado com a calçada íngreme, a desconfiança substituindo a antiga e imorredoura segurança.
Lembrei daquele amigo que esqueceu o caminho de casa.
Embora eu insista em dizer que jamais esquecerei de voltar.
Até por medo de descobrir um endereço que possa escandalizar os herdeiros.
Preocupado?
Nem tanto.
Pior seria, se pior fosse.
Porque, como dizia finado Zé de Horácio, “só não envelhece quem morre”.
E eu estou vivo. Estamos.
2 Comentários
Boa tarde .
Meu nome é Nara,tio Biluca,me enviou uma foto de mainha hoje.
Me emocionei.
Esse é o seu blog?
É o nosso.