O pagode ali adiante avisa aos rapazes e moças que hoje é dia de festejar a quarta-feira. As músicas são as mesmas das sextas e sábados. Não muda nada. Nem as vozes mudam. Tampouco o batuque. Vejo tudo daqui, nunca fui lá, dizem que é coisa de gente moça e velho, se chegar, vai sobrar.
Conheci os batuques do Bandeirantes e da Malandros do Morro, da Torre. Recém-chegado à cidade grande, fui até lá pelas mãos de Bá e Genebaldo. Moças e rapazes dançavam, agarrados ou não, ao som de samba. Samba e frevo. E lá para as tantas as bregas de Reginaldo, de Odair e de outros menos notáveis.
Sexta e sábado era o mesmo moído.
A turma, lisa, fazia os preparos etílicos na barraca de Zeca, à entrada da festa. Meiota de cachaça Engenho do Meio com moela de galinha.
Depois era só entrar e namorar.
Se bem que nem sempre as meninas aceitavam o abraço do pé rapado que não dispunha de numerário para subsidiar a cerveja com galeto.
De todas as idas, gravei para sempre aquela onde a namorada apareceu linda, colorida e deslumbrante. Beijos e danças, danças e abraços, abraços e juras se repetiram durante toda a noite. Até que, na madrugada, o herói adormeceu nos braços da heroína e ficou ali, dormindo, até soar o derradeiro acorde e ela o chamar à vida informando que chegara a hora de partir.
Os dois partiram pela Aragão e Melo. Mas ele notou que a geografia mostrava alguma desigualdade de tamanho. A moça andava atirando parte da bunda nos quartos do moço. Ele olhou melhor e a viu subindo e descendo. E somente depois de tudo isso percebeu que ela era manca e andava fazendo um “vinte e nove, trinta”.
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