MARCOS MAIVADO MARINHO
O ministro paraibano do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rego Filho, voltou hoje a ter “orgasmos múltiplos” pelo fato de ser destacado nos holofotes da mídia nacional, coisa que há meses não acontecia, se bem que suas últimas aparições não reservem a ele boa memória, já que em sua grande parte faziam alusões a supostos ilícitos investigados no âmbito da Operação Lava Jato.
Em Brasília, ontem, coube ao paraibano apresentar consubstanciado relatório enquadrando o Presidente Jair Bolsonaro pela falta de transparência com os gastos relacionados à crise do novo coronavírus que, segundo o seu estudo, aponta para a possibilidade de estar havendo desperdício de dinheiro e aumento nos números de infecções e mortes.
O relatório de Vital foi a plenário e o TCU o aprovou nesta quarta-feira (24).
O ministro afirma que a auditoria na atuação do comitê de enfrentamento da crise “não identificou a definição de diretrizes estratégicas capazes de estabelecer objetivos a serem perseguidos por todos os entes e atores envolvidos”.
O comitê de crise foi criado em março pelo governo para supervisionar e monitorar os impactos do novo coronavírus.
RECURSOS PÚBLICOS
Vital do Rêgo também criticou a ausência de integrantes técnicos da área de saúde no comitê do governo.
Segundo o ministro, apesar da previsão de participação de integrantes do Ministério da Saúde, isso não garante que profissionais da área de saúde estejam integrando o comitê.
O ministro ressalta que “os cargos-chave do Ministério da Saúde, de livre nomeação e exoneração, não vêm sendo ocupados por profissionais com essa formação específica.”
Isso, conclui o relatório do TCU, pode levar a decisões não baseadas em questões médicas e científicas, o que resulta em “baixa efetividade das medidas adotadas de prevenção e combate à pandemia, desperdícios de recursos públicos e aumento de infecções e mortes.”
Por isso, o TCU recomendou a inclusão, como membros permanentes do Comitê de Crise da Covid-19, dos presidentes do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, com direito a voz e a voto.
Entretanto, como se trata de uma recomendação, o governo não é obrigado a cumpri-la.
DIVULGAÇÃO DAS AÇÕES
O ministro afirma ainda que vê com preocupação a ausência de ampla divulgação das ações de enfrentamento à crise de saúde pública e recomenda a inclusão de um representante da Secretaria de Comunicação Social no Centro de Coordenação de Operações do Comitê de Crise para Supervisão e Monitoramento dos Impactos da Covid-19 (CCOP).
O CCOP e o Comitê de Crise compõem o Centro de Governo de enfrentamento da pandemia da covid-19.
REUNIÕES
O TCU determinou ainda que a Casa Civil passe a divulgar no prazo de quinze dias na internet as atas das reuniões do Comitê de Crise e do CCOP.
Ao comentar o processo, o ministro Bruno Dantas destacou a falta de coordenação entre o presidente da República e os governadores.
“Enquanto não houver uma ação harmônica do presidente da República e governadores de estados vamos todos os dias abrir os jornais e ver esse número que não para de crescer. Já temos 50 mil brasileiros que perderem as suas vidas”, afirmou.
1 Comentário
Chegou a esse cargo cargo sob indicação do PMDB passando a frente do deputado Manoel Junior, sob nomeação da Dilma pra depois pagar com a traição: NUM VALE NADA, É MAIS UM TRAÍRA!!! Daí o Manoel com raiva se juntou a tropa de choque do Eduardo Cunha contra a presidenta, e deu no que deu!!!