A quarentena trancou as pessoas em casa e muitas delas, na falta do que fazer, resolveram escrever.
Há um ano tento construir alguma coisa.Começo, ando alguns quilômetros e desisto. Falta inspiração, disposição e objetivo. Escrever ao sabor da pena dá nessas coisas.
Estava ali pensando em como terminar as várias coisas que comecei e, de repente, um clarão se abriu no meu juízo: Por que não escrever a história de Princesa que ainda não foi contada?
Porque a história tradicional todos conhecem. Seus narradores já o fizeram com muito brilhantismo. Paulo Mariano escreveu sobre a terrinha “Antes e Depois de Trinta”. Francisco Florêncio foi buscar documentos do tempo do ronca para explicar onde e quando nasceu a vila de Dona Natália. Serioja Mariano, com o brilhantismo de professora universitária, já contou a história de Princesa do começo pra frente e da frente pro começo. Miguel Lucena fez a mesma coisa, só que em verso. E aldo Lopes, em dois belíssimos romances, descreveu a epopéia de 30 com a maestria do grande romancista que ele é.
Mas nas histórias já contadas só aparecem os grandes heróis Zé Pereira, Nominando Muniz, Manoel Lopes Ronco Grosso, Cícero Bezerra, Caboclo Marcolino, Xandu, Aloysio Pereira, Alcides Carneiro e Antonio Nominando.
Os narradores mais contemporâneos enfocam o talento de Canhoto da Paraíba, João Paraibano e Manoel Marrocos Sobrinho.
A história que pretendo contar daqui até os dedos aguentarem vai reunir poetas como Lulu Cristóvão, joão Rodrigues e Nezim Francelino. Boêmios de serenatas inesquecíveis comandados por Bosco de Lulu e por Cícero Estrelinha de Adauto. Músicos que tanto animaram a cidade, e aí vou reunir, num palco só, o saxofonista Zé de Minininha, o mestre do tenor Dão de Chico Pedro, o trombonista Chico de Mourão e os reis do ritmo Mitonho, Bicudo, Neguim Goiaba e Nêgo Heronildo.
Mas não ficaremos só nesses personagens.
Não esqueceremos Pão com Ovos, Nigel Mansel, Chico Macaxeira (o emotivo), Zé de Rosa que se desmanchava em lágrimas quando ouvia “…por que não paras, relógio?”, Antonio Conrado, Isaias do Cágado, o mestre Coquinho, Seu Tuzim do queixo encostado no nariz, Cocó e sua preguiça recolhida, Chico Raposa, Arlinda (a sedutora), Santo Antonio, Manoel Ventania, Rasga Mortalha, Rosa Muvara, Maria Bate Birro, o Mudo da Timbaúba, o Véi do Pife, Biu do Lixo e Antonio Malaquias, Tião Badé, Maria Rola e Expedito Rola de Maria.*Não se esqueça de*
Ana pé de banha,
Zé góis,
Cabo Jabuti,
Cabo Brito,
Padre Maia,
Luis Borná
Seu Musa,
O delegado da rua da Palha,
Zé de Totô,
Santo Antônio…
Claro que haverá um capítulo inteiro com os Calus Arapapacas Luizinho, Joãozinho, Toinho e Lourenço.
Sem esquecer dos boêmios Paulo Bocão (“…eu tanto omilhei…”), Anisio Raça, Luiz, João Caiti e Cícero de Zé Vermelho, Expedito Burrego, Anisio Raça,Chico Costa, Chico Rodrigues, Zezito Pustema, Nelson do Bilhar, Pedro Caboclo, Nequim Sanfoneiro, Cordeiro de Mané Lopes, Manoel Tocador, João de Júlia, Zé de Isaura e Bosco Ribeiro.
No capítulo dos valentes, estarão juntos, azeitando as armas, Expedito Mandu, Antonio Mandaú, Batista Arruda, Seu Duquinha, Diolindo Mandaú, Paulo de João Braz, Tião de Rosa Amaro e Lula Roberto.
Claro, nesse livro histórico haverá lugar para as nossas amadas putas, raparigas lindas que cobriram de perfumes e ais a nossa juventude. E entre elas estarão Rita Quarto de Bode, Pipoca, Toinha Baú, Lourdes Branca, Lindalva, Bola, Socorro Rouca, Pichuita, Rosa Caracachá e Expedita de Aderbal.
O próprio Aderbal, figura ilustre, da alta sociedade, que preferiu trocar a riqueza pela mesa de jogo e pelo pé do balcão ao lado do irmão Zé Holanda, construtor de belas obras que se afastou da casa de luxo para viver seu lado Quincas Berro D`água.
Tem mais gente. Ninguém será esquecido.
Como vocês podem ver, assunto não faltará ao livro. Não sei se haverá disposição de ir até a última página. O tempo dirá.
8 Comentários
E ai Tião D. Cacilda foi vacinada???
Foi
Foi
Graças à Deus…..
#VacinaSim
#TemUmaEsperança
#VaiChegaraMinhaVez
Prezado Tião Lucena, acesso seu blog diariamente e me divirto muito, além de ficar bem informado, é claro. Sou filho natural de Bananeiras, no entanto, sempre morei e Guarabira, onde exerço a função de Defensor Público há 39 anos. Li vários dos seus livros, o último foi “Nos tempos das coisas simples”, gostei muito. Gostaria que você mandasse a relação de todos os seus livros, bem como, posso adquiri-los. Sou seu fã de carteirinha. Forte abraço.
A Guerra de Princesa, O lado engraçado dos políticos, o milagre de São Sebastião,Peste e Cobiça e os Futricas e Fofocas I, II, III e IV
Estar faltando Zé banana, Tozinho( o ilustre Professor) vítima da ditadura, Chico raposa, os ilustres da primeira banda de música de Princesa,seu Biu, pai de Batinho, Selesta cantora(Gérson de Biu), Gérson do ouro, os garateias, Zé Nino, Bastinho de Cachoeira, tenente Ribeiro, Fabião do Cruzeiro, Antônio coxim, Damião soldado, pamonha, fia côca, seu Janjão, seu Aparício, o soldado Tonho gordo, João Costa e seu capilé, Firmino, etc.
Tá faltando
Seu Musa
Mané Pititi
Piga