Vou dar nos calos

Amigos têm me aconselhado a ficar longe de João Pessoa. Parece que estão prevendo alguma coisa, sentindo no ar algum cheiro suspeito, algo terrível a se aproximar da antiga Cidade das Acácias.

As notícias não são boas.

Hoje eu vi o secretário da saúde dizendo que os hospitais estão praticamente lotados. Vem uma segunda onda por aí pior do que a primeira, é o que falam. E como todo boato tem fundo de verdade, boto a barba de molho e estou arrumando os terens.

Sinto pelos filhos, casados e com suas vidas, que não poderei levar comigo.

Depois de ontem, depois daquela irresponsabilidade pública patrocinada por quem tinha a obrigação de dar o bom exemplo, fiquei mais cabreiro ainda. Não pode resultar em coisa boa aquele amontoado de gente se esfregando, se beijando e se abraçando para saudar a vitória de um político.

Um deles já está internado. Pegou na lida de rua. Outros aguardam as consequências de suas peraltices. E pasmem, tem colégio sendo autorizado a abrir em nome de uma cláusula legal, a de que a Prefeitura não tem poderes para mandar em escola da rede particular. Eu é que não mandaria meu filho para o ninho da serpente faltando menos de 15 dias para o final do ano letivo.

Hoje a noite, se preparem, a televisão mostrará o placar atualizado. Vamos torcer, vamos rezar, é só o que nos resta.

E quem puder escapulir, vá simbora, não dê colher de chá ao mardito.