Costumo brincar com Chico Pinto sobre a numeração da nossa senha toda vez que morre alguém do nosso convívio. Mas está ficando sem graça a brincadeira por causa do número cada vez menor de participantes.
Hoje a turma diminuiu de novo. E como diminuiu. Foi embora o menino franzino que vi entrar pela porta da frente da reportagem de A União para ser repórter. Falo de Wellington Farias, o Fodinha, o cara mais leal e correto com quem tive a felicidade de conviver.
Chegado de Serraria, como antes chegamos, eu e Edmilson de Princesa, Chico, de Sousa, Frutuoso, de Pilar, Rubens Nóbrega, de Bananeiras, Agnaldo, de Campina, Gonzaga, de Alagoa Nova, Marcone Formiga, de Cajazeiras, Jackson Bandeira, que trocou os campos de futebol pelos microfones das emissoras de rádio, igualmente egresso de Cajazeiras, entre tantos outros, Farias entrou no jornalismo por acaso. Era vendedor de bilhetes no Almeidão, de lá foi levado à Tabajara sob a proteção de Gilvan de Brito e depois chegou à A União por indicação de Paulo Santos, firmando-se, logo, como um dos mais atuantes, produtivos e inteligentes repórteres.
Fodinha foi jornalista, simplesmente jornalista, o profissional que exercia o seu mister por amor à profissão. Jamais se vendeu, nunca em tempo algum trocou seu texto por favores de poderosos, enfrentou polêmicas, venceu muitas, perdeu algumas, mas sempre de cabeça erguida.
Soube da sua morte e fiquei pasmado, embora já esperasse o desfecho. Enfrentava um câncer violento e sabia que, mais cedo ou mais tarde, seguiria o caminho sem volta. Nada disso, porém, ameniza o choque, a dor, a saudade que já começa a doer no peito esquerdo, o peito do coração.
E nem vou mais olhar a senha, também não farei a pergunta rotineira a Chico Pinto. Deixa rolar. Quando chegar, chegou.
3 Comentários
Era uma pessoa boa,eu acompanho o seu blog e sempre você falou bem dele e sei quando você admira uma pessoa ela com certeza é uma ótima pessoa,meus pêsames a família e os amigos.
Não o conheço mais é mesmo que conhecer pois acompanho esses grandes nomes do jornalismo da Paraíba e é como se fosse uma pessoa da família.Escutei muito ele no sistema correio quero solidarizar-me com sua familia que Deus o acolha na sua morada final.
Caro Tião, a cada dia fico mais impressionado com a facilidade como você escreve textos alegres e tristes. Sou seu fã, acompanho seu blog todos os dias.
Quanto ao jornalista Wellington Farias, tive o prazer de conhecê-lo em Serraria, sua terra natal, por ocasião das festividades dos CAMINHOS DO FRIO. Que Deus o receba em sua morada final.