Sou bem mais velho do que Zé Carlos dos Anjos Valaque. Quando ele começou na imprensa eu já era veterano. Lembro daquele rapaz com cara de menino engatinhando os primeiros passos numa redação e de logo merecendo o respeito dos seus colegas pelo alto grau de profissionalismo e pela competência que herdou do pai, Fernando Valaque, este sim um veterano mais antigo do que eu.
Nunca mais vi Zé. Moramos num mesmo espaço, na mesma cidade, mas a geografia da cidade grande nos aparta, nos faz distantes mesmo em tempos de redes sociais.
E foi a rede social que me aproximou de Zé de novo, desta vez, porém, de uma forma que, se me fosse dado o direito de escolher, teria evitado.
Zé Carlos tem câncer.
E depende das doações dos amigos para se tratar.
Leio no Polêmica Paraíba que os amigos se juntaram e estão fazendo uma vaquinha para comprar o remédio que Zé precisa para não morrer.
Trata-se de um medicamento chamado Lonsurf, que custa mais de R$ 20 mil a caixa.
E Zé precisa de quatro caixas por mês, ao custo de R$ 80 mil.
Zé não ganha nem um quarto disso por mês.
Acho que ninguém ganha tanto, nem deputado, nem senador , nem ministro do STF.
E o drama se estabelece:
Vamos deixar Zé morrer à míngua?
Porque, se depender do SUS, ele morre.
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