Uma análise sintática e morfológica da fabulosa carta/lançamento das candidaturas de Manino e Mozinho

Confesso que verti lágrimas de emoção ao ler a carta que, segundo dizem, Lucélio e Micheline escreveram ao povo da Paraíba para anunciar a dobradinha dos dois para a disputa das eleições governamentais deste ano.

Carta poética, de fazer inveja ao inimitável poeta Mané Caixa D`água, cheia de promessas doces e rapaduras “saigadas”.

Transcrevê-la aqui seria um desperdício. Este blog não está à altura de tamanha honraria. Ela deve ser publicada nos anais da história contemporânea e ficar guardada para leitura obrigatória das gerações vindouras.

Mas, para não deixar o leitor lambendo os beiços, vou pinçar alguns trechos desta que considero a maior peça literária já produzida pela língua portuguesa em todos os tempos.

Ela, a carta, começa dizendo que os desafios que o Brasil enfrenta hoje têm exigido de todos “um esforço permanente para vencer dificuldades e encontrar possibilidades de superação”.

Aquilataram? Eu aquilatei, mas não lati. Os dois cabeças de chapa são exemplos claros de esforço permanente para superar as dificuldades. O candidato, ou pré, como queiram, foi até bem pouco tempo um esforçado e vigilante funcionário do gabinete do saudoso deputado Romulo Gouveia, tendo contribuído, e muito, para o progresso da ciência e da tecnologia, principalmente aquela tecnologia que lhe permitia dar expediente em Brasília e passear com o irmão prefeito pelas obras de João Pessoa.A sua vice, como primeira dama de Campina, também lutou muito para manter o racionamento da água de Boqueirão, para, assim, permitir que os campinenses passassem dias sem tomar banho e, quando tomassem, fosse aquele banho checo que lava os ingratos e deixa o resto ao relento.

E tasca a carta: “ A aproximação (de Lúcelio e Micheline), movida pelos melhores propósitos, entre os representantes de uma nova geração de figuras públicas, que consolida a tão esperada afinação entre João Pessoa e Campina Grande, que reafirma a certeza de que a Política pode e deve ser um lugar de convergências, no qual homens e mulheres protagonizam uma trajetória democrática rumo ao novo”.

Sou obrigado a parar por aqui. A emoção me tolhe, me engasga, me despranaveia, me faz soluçar e verter água por todos os buracos. Que coisa mais linda, que preciosidade, que pela literária!

Volto, contudo, porque o final da carta é altamente profundo: “Do sertão à capital em todas as regiões, surge uma luz diferente, a luz da Esperança , com a força da verdade e da Confiança em um novo tempo,iluminando uma Paraíba mais Humana que se reencontrará com sua História de Luta e abraçará o seu Futuro de Conquistas”.

Só podia ser uma carta para apresentar duas figuras tão destacadas de nossa vida contemporânea: o irmão gêmeo do prefeito, que nunca teve luz própria e a mulher do outro prefeito, que chegou onde chegou por ser mulher do outro prefeito.

E se nada produzissem mais do que já produziram, ao menos conseguiram incutir na mente do paraibano um fato digno de citação: Nas eleições deste ano, além das outras opções, o eleitor vai se deparar com a chapa formada por Maninho e Mozinho.